Açores: Bispo de Angra presidiu a celebração dos 60 anos do Santuário do Santo Cristo dos Milagres

«As resistências à presença de Jesus Cristo no meio da sociedade e da cultura são muitas», frisou D. João Lavrador

Foto Igreja Açores

Angra do Heroísmo, 23 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo de Angra celebrou esta segunda-feira a festa dos 60 anos do Santuário do Santo Cristo dos Milagres, na igreja de Nossa Senhora da Esperança, em Ponta Delgada.

Na homilia da Eucaristia, D. João Lavrador salientou a importância de “continuar a fazer deste santuário lugar privilegiado de encontro com Deus, de crescimento humano e espiritual e de atenção aos mais excluídos da sociedade”.

“Move-nos o dever de ação de graças a Deus que neste lugar tem atendido tantas situações de vida à procura de alívio, de conforto e de paz”, referiu o responsável católico.

O bispo de Angra enalteceu depois o contributo prestado neste santuário açoriano por “tantas pessoas, sacerdotes, religiosas e leigos” que, ao longo destes anos, “dedicaram a sua vida a atender os peregrinos e a oferecer-lhes as condições para que as suas aspirações fossem atendidas”.

E fez votos de que, neste tempo de Páscoa, sejam “criadas condições para que a experiência de Jesus Cristo se faça de tal modo que aqueles que partam daqui do santuário sintam o impulso de anunciar a Jesus de Nazaré Vivo e Ressuscitado”, com particular atenção para os que ainda não conhecem ou não vivem de modo efetivo a fé cristã.

O bispo de Angra considerou mesmo a oferta de um “verdadeiro itinerário de iniciação cristã” aos peregrinos e visitantes como “um dos maiores desafios que hoje se colocam aos santuários”.

“Normalmente, quem acorre a um santuário é alguém sedento de respostas para a sua vida. No meio das aflições porventura estará encoberta a necessidade de percorrer os caminhos de formação e de conversão que levam a encontrar-se com o verdadeiro Jesus Cristo”, sustentou.

Aquele responsável católico frisou que a criação de propostas efetivas de vivência cristã é ainda mais urgente, num tempo em que “são muitas as linguagens e as distorções da verdade pelas quais se tenta iludir a realidade da Ressurreição de Jesus Cristo”.

“As resistências à presença de Jesus Cristo no meio da sociedade e da cultura são muitas. Há um medo tremendo do homem de deixar de ser o senhor absoluto do mundo e, por isso, rejeitando a fraternidade vive na rivalidade com os seus semelhantes”, alertou D. João Lavrador.

Que salientou igualmente a urgência de um maior “diálogo entre a fé e a cultura”, e de uma Igreja capaz de dar um “testemunho credível e convincente”.

O culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres foi impulsionado a partir dos séculos XVII e XVIII, dentro dos princípios adotados pela Igreja Católica no Concílio de Trento, no sentido da defesa da importância do culto e da veneração de imagens, um dos princípios de divergência em relação à Reforma protestante.

A devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres é a tradição religiosa mais importante do Arquipélago dos Açores, atraindo todos os anos milhares de peregrinos e turistas, e trazendo de volta a casa inúmeros emigrantes açorianos espalhados pelo mundo.

Este ano, as festas do Senhor Santo Cristo decorrem entre 24 e 30 de maio, na Ilha de São Miguel, com um programa que terá como habitualmente em destaque diversas celebrações eucarísticas, com realce para a mudança da imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a Missa Campal e a Procissão no principal dia de festa desses dias, domingo, dia 26.

JCP

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Agência ECCLESIA

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