D. João Lavrador presidiu primeira Missa Crismal à frente da diocese açoriana
Angra do Heroísmo, Açores, 23 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo de Angra, nos Açores, presidiu esta terça-feira pela primeira vez à Missa Crismal exortando o clero a “redobrar esforços” no serviço de uma sociedade que continua a buscar a “libertação”.
Na homilia da eucaristia, que decorreu na Sé de Angra, D. João Lavrador destacou a importância dos sacerdotes trabalharem em conjunto, em “comunhão” e “corresponsabilidade”, para atenderem aos desafios de um território com uma “configuração geográfica” muito particular.
“Não fiquemos presos às nossas ideias, aos nossos interesses particulares”, exortou o prelado, pedindo “unidade e sintonia na missão”.
Durante a Missa Crismal, os membros do clero renovam as suas promessas sacerdotais e consagram os óleos que são usados na administração dos sacramentos do batismo, do crisma e da extrema-unção, aos doentes.
Durante a sua intervenção, enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Angra frisou que só com uma vida configurada com Cristo é que os sacerdotes podem experimentar o “alcance” completo da sua “vocação”, que é mais do que uma mera “profissão”.
Os sacerdotes, apontou D. João Lavrador, são continuadores da missão de Jesus e têm o dever de levar a “vida de Cristo” a uma sociedade que, à semelhança do “Povo de Deus” do Antigo Testamento, continua hoje a buscar a “libertação”.
“Tudo o que somos e tudo o que realizamos é participação do ser e da missão de Cristo. Não o somos de maneira autónoma. Por isso, temos necessidade permanentemente de aprofundarmos esta verdade sobre o nosso ser e sobre o nosso agir como sacerdotes”, salientou.
D. João Lavrador recorreu à exortação pós-sinodal “Pastores Dabo Vobis”, escrita pelo Papa João Paulo II, para traçar o estilo de sacerdócio que os tempos de hoje exigem e a Igreja Católica precisa, no seu esforço de “nova evangelização”.
“Sacerdotes, radical e integralmente imersos no mistério de Cristo, e capazes de realizar um novo estilo de vida pastoral”, padres capazes de viver em “profunda comunhão com o Papa, os Bispos e entre si próprios”.
Abertos também a “uma fecunda colaboração com os leigos, no respeito e na promoção dos diversos papéis, carismas e ministérios no interior da comunidade eclesial”.
“Caros sacerdotes estamos a tocar o mais fundamental do nosso ministério”, sustentou o bispo de Angra, desafiando também o clero a “empenhar-se” mais na promoção de novas vocações para a Igreja Católica e para a Diocese de Angra.
“As vocações sacerdotais brotam do seio de famílias que educam os seus filhos para responderem a Jesus Cristo, saem das paróquias que formam os jovens e as crianças para escutarem o apelo de Cristo, mas têm o seu maior impulso num presbitério que vive na alegria e na comunhão a sua missão”, concluiu.
Na Diocese de Angra, a Missa Crismal foi antecipada de quinta para terça-feira “para permitir aos sacerdotes celebrarem com o seu bispo e depois voltarem com tempo às suas respetivas comunidades para viverem o Tríduo Pascal.
JCP