Angra do Heroísmo, Açores, 29 mai 2017 (Ecclesia) – O bispo de Angra encerrou as celebrações dos 400 anos do martírio do padroeiro da diocese açoriana, Beato João Baptista Machado, nascido no arquipélago.
D. João Lavrador disse que a missão evangelizadora, que levou o religioso jesuíta até ao Japão, onde deu a vida pelo Evangelho, “deve ser inspiradora” para os dias de hoje, “em que novos ídolos e poderes desafiam a missão do discípulo de Jesus Cristo”.
A Missa, celebrada na sexta-feira, encerrou as celebrações diocesanas que se iniciaram no dia anterior.
“Ter audácia, coragem, serenidade e capacidade de diálogo exige uma personalidade cristã bem fundamentada e enraizada em Cristo de modo a responder evangelicamente aos desafios que são lançados aos cristãos” disse, numa intervenção citada pelo portal diocesano, ‘Igreja Açores’.
D. João Lavrador sublinhou que o exemplo de “entrega até ao martírio” do beato terceirense deve ser um exemplo para todos os cristãos que buscam a santidade.
“Os percursos da santidade são pessoais e exigem uma verdadeira pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos”, referiu.
A Diocese de Angra e o Instituto Histórico da ilha Terceira promoveram um colóquio internacional nos 400 anos do martírio do Beato João Batista Machado, com vários historiadores e investigadores das ciências sociais.
O sacerdote jesuíta, padroeiro da Diocese de Angra, foi beatificado pelo Papa Pio IX, em 07 de Maio de 1867, juntamente com outros 205 mártires do Japão
O Japão foi evangelizado pelo jesuíta São Francisco Xavier, entre 1549 e 1552, a pedido da Coroa Portuguesa, mas poucas décadas depois comunidade católica vivia uma dura perseguição: os primeiros mártires, encabeçados por São Paulo Miki (crucificados em Nagasáqui em 1597), entre os quais o português São Gonçalo Garcia, foram canonizados em 1862 por Pio IX.
Outros 205 católicos foram beatificados em 1867, entre eles João Baptista Machado, Ambrósio Fernandes, Francisco Pacheco, Diogo de Carvalho e Miguel de Carvalho (todos da Companhia de Jesus), Vicente de Carvalho (religioso agostinho), e Domingos Jorge (leigo, cuja esposa japonesa e filho também foram martirizados).
OC