D. António de Sousa Braga projeta sucessão no governo da diocese
Angra do Heroísmo, Açores, 08 set 2014 (Ecclesia) – O bispo da diocese de Angra, nos Açores, defendeu uma “mudança” na ação da Igreja Católica que vá para lá do “apoio social”.
“Urge uma mudança e, a meu ver, a mudança fundamental do ponto de vista pastoral é fazer com que nós passemos de uma pastoral do enquadramento, própria de um regime de cristandade em que a igreja era a referência e enquadrava as pessoas dentro de um determinado sistema, desde o seu nascimento até à morte, para outro tipo de pastoral”, refere D. António de Sousa Braga, em entrevista ao portal da diocese.
Segundo este responsável, os desafios lançados pelo Papa Francisco em relação às “periferias” não se referem apenas a “questões materiais, mas sobretudo existenciais”.
Num olhar sobre a diocese, o bispo açoriano sustenta que é necessária uma “aposta forte” na formação do clero e dos leigos, admitindo que a crise financeira condicionou o trabalho da pastoral.
“Da experiência que tenho, penso que faltam serviços de apoio aos movimentos. Mas, lá está, isso custa dinheiro porque são precisas pessoas a tempo inteiro”, observa.
Após 18 anos à frente da Diocese de Angra, D. António de Sousa Braga projeta a sua sucessão, dado que vai completar 75 anos de idade em março de 2016, atingindo o limite imposto pelo Direito Canónico.
“Os Açores mudaram muito e já não são aquela reserva de cristandade. É preciso que o meu sucessor tenha esta ideia muita clara”, adverte.
O prelado confessa que “gostava e desejava” que o seu sucessor fosse açoriano, mas deixa essa decisão nas mãos da Santa Sé.
Neste contexto, adianta que não ficará a residir nos Açores, após a sua resignação, por considerar que isso “não seria bom para ninguém”.
“Servirei a minha congregação religiosa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, onde for preciso. Esta é sempre a ideia que tenho: estar sempre ao serviço. Sempre estive, estou e sempre estarei”, revela.
OC