D. João Lavrador presidiu pela primeira vez às festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres
Ponta Delgada, Açores, 02 mai 2016 (Ecclesia) – O bispo de Angra presidiu este domingo à Missa solene das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que decorreram em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e pediu que os católicos manifestem a sua fé na vida pública.
“Jesus Cristo convida-nos à ousadia de construir uma sociedade e uma cultura que para ser digna do ser humano exige a presença de Deus na vida pública”, disse D. João Lavrador, na homilia da Missa que foi celebrada no Campo de São Francisco.
Perante milhares de pessoas reunidas à volta da imagem do Senhor Santo Cristo, o prelado evocou as “perplexidades” do mundo atual, os “seus erros e desumanidades”.
O bispo da diocese açoriana lamentou que o pensamento contemporâneo esteja “manipulado por interesses pessoais ou de grupo”, que produz “graves atropelos à dignidade humana”.
D. João Lavrador desafiou depois os católicos a promover uma “cultura da vida” e a edificar uma sociedade “assente na verdade, na justiça e no bem”.
“Só em Deus se constrói uma sociedade livre, fraterna e em que a igualdade se transforma em realidade efetiva”, acrescentou, numa intervenção divulgada pelo portal diocesano ‘Igreja Açores’.
No final da homilia, o bispo rezou pelos governantes e autoridades públicas, crianças, jovens, famílias, adultos, idosos e doentes, bem como “todos os que vivem na diáspora”.
Já na tarde de domingo, teve lugar a procissão pelas principais artérias de Ponta Delgada, num percurso que passa em todas as igrejas e conventos da cidade.
As ruas da cidade são revestidas de tapetes de flores naturais e as varandas cobertas com colchas.
A imagem do Senhor Santo Cristo venerada no Arquipélago dos Açores, do século XVI, é uma representação em madeira da Paixão de Cristo e está aberta ao culto no Convento de Nossa Senhora da Esperança, em Ponta Delgada.
O culto a esta recriação do ‘Ecce Homo’ – ‘Eis o homem’, expressão atribuída a Pôncio Pilatos durante o julgamento de Jesus no Sinédrio – intensificou-se no século XVIII através da obra da irmã clarissa Teresa da Anunciada.
OC