D. João Lavrador alertou para cultura «caracterizada pelo laicismo»
Ponta Delgada, Açores, 10 jul 2017 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou que é importante conhecer as “raízes e os conteúdos mais profundos” da coroação das Grandes Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada, para que não seja apenas um evento social e cultural.
“A cultura que nos envolve e que não nos deixa imunes dos seus contágios é verdadeiramente caracterizada pelo laicismo e, como é próprio da arrogância de uma razão desprovida de horizontes e de sentido último, torna-se fundamentalista”, disse D. João Lavrador, este domingo, na ilha de São Miguel, Açores.
Na Eucaristia de coroação da 14.ª edição das Grandes Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada, o bispo diocesano incentivou os açorianos a refletiram sobre as festas dedicadas à terceira pessoa da Santíssima Trindade para que não sejam representação da tradição passada ou um evento social e cultural.
“Esta é a hora de nos voltarmos para o essencial e descobrir o que Deus nos quer dizer através da ação do Espírito Santo. Deixemo-nos conduzir pela Sua ação”, observou.
D. João Lavrador explicou que o Espírito Santo “desperta o desejo” de participar numa comunidade de irmãos que “à volta da Eucaristia partilha do seus dons e carismas” e impele para a missão de serem “fermento do Evangelho no meio do mundo”.
O bispo de Angra recomendou aos presentes e a quem acompanhou a transmissão da Eucaristia pela televisão “simplicidade e humildade”: “O Espírito Santo vem na simplicidade e revela-se nas pequenas coisas, na pobreza e na modéstia”.
“Esta é a hora de nos voltarmos para o essencial e descobrir o que Deus nos quer dizer através da ação do Espírito Santo. Deixemo-nos conduzir pela Sua ação”, sublinhou.
A Missa da Coroação nas Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada acontece sempre no primeiro domingo de julho, após aos impérios de São Pedro.
O site na internet ‘Igreja Açores’ contextualiza que a celebração reúne todas as mordomias do Concelho de Ponta Delgada que emprestam a coroa e a bandeira do seu império à autarquia.
As festas que terminaram este domingo, começaram no dia 6 de julho com uma conferência na igreja Matriz de São Sebastião sobre o culto do Divino Espírito Santo, no dia seguinte abriram o Quarto do Espírito Santo, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, e no sábado distribuíram mais de 12 mil sopas no Campo de São Francisco.
CB