“O acordo para o cessar-fogo, que deverá ser assinado dentro de poucas horas, representa um sinal de esperança em um momento difícil da vida do país”, afirma a Igreja local de Burundi, que espera da assinatura do acordo de cessar-fogo entre o governo de Bujumbura e os rebeldes das Forças Nacionais de Libertação (FNL), o último grupo de guerrilha ainda activo no país. Os acordos deveriam ser assinados no dia 7 de setembro, em Dar es-Salaam, capital da Tanzânia, na presença de diversos chefes de Estado e de governo africanos. O Presidente sul-africano Thabo Mbeki, encarregado da mediação, o tanzaniano Jakaya Kikwete e o ugandense Yoweri Museveni encontraram-se com o Presidente burundinês, Pierre Nkurunziza, para discutir os detalhes do acordo. “Em todo caso, este é somente um acordo preliminar, ao qual deverão seguir outros para revolver as questões deixadas em suspenso”. O líder das FNL expressou reservas quanto a alguns pontos do acordo e, em particular, sobre a questão da integração nas forças armadas regulares dos combatentes das FNL. Em 18 de Junho foi alcançado um primeiro acordo provisório para o fim das hostilidades. O acordo, que deveria agora ser assinado tem por objectivo obter um cessar-fogo definitivo Terça-feira, 5 de Setembro, um grupo de guerrilheiros das FLN matou um civil e feriu outros dois na localidade de Gatumba, num ataque com morteiros e foguetes, que provocaram também danos materiais. “Este ataque, na vigília do cessar-fogo, não é certamente encorajador e poderia marcar a presença de tensões e divisões dentro do grupo de guerrilha”, afirma a Igreja local. “O Burundi necessita realmente de um sinal forte de esperança”.