Acordo de paz à vista no Sudão

Um acordo de paz global entre os rebeldes do sul do Sudão e o governo de Cartum será concluído nos dias a seguir ao reatamento das negociações entre as duas partes, agendado para 26 de Novembro, avançaram fontes ligadas ao processo em Nairobi. Esta informação foi anunciada pelo porta-voz do Exército de Libertação do Sudão (SPLA), Yasser Arman, e confirmada pelo porta-voz da delegação sudanesa às negociações, Sid al-Khatibu. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá adoptar uma resolução que prevê a concessão de ajuda da comunidade internacional ao Sudão, caso um acordo de paz seja rapidamente concluído entre o SPLA e as autoridades sudanesas. O cardeal sudanês Gabriel Zubei Wako, arcebispo de Cartum, condenou recentemente a passividade do governo do Sudão em relação ao drama do Darfur, onde as milícias “Janjaweed” semeiam a destruição. “Não me parece que haja uma vontade do governo sudanês de intervir para travar as milícias; de outro modo, teriam permitido que as Nações Unidas e a União Africana actuassem com maior rapidez no Darfur”, disse D. Wako, de passagem por Roma para o simpósios dos Bispos da África e da Europa. O governo sudanês é acusado de abandonar a região ocidental do Darfur, pela sua população ser maioritariamente negra, e de financiar as milícias árabes “Janjaweed”. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou na semana passada que vai deixar a região sudanesa de Darfur como forma de protesto contra as restrições governamentais. Os 21 meses de violência deixaram dezenas de milhares de mortos e levou 1,8 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, segundo responsáveis estrangeiros. Cerca de 200 mil pessoas estão agora no vizinho Chade.

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