Alta comissária considera que Portugal aprendeu muito com a diversidade trazida pelos novos fluxos migratórios
Lisboa, 18 Jan (Ecclesia) – A responsável pelo Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural (ACIDI), Rosário Farmhouse, considera que os imigrantes estão a ajudar Portugal a sair da crise “pela sua capacidade empreendedora”.
Em entrevista publicada hoje, na última edição do semanário Agência ECCLESIA (disponível também online), esta responsável rejeita responsabilizar os trabalhadores estrangeiros pelo aumento do desemprego e diz que os mesmos ocupam “áreas que os portugueses já não querem”.
Outros, acrescenta, “estão a colaborar em áreas que dizem respeito à sua especialidade e especificidade, trabalhos que são atribuídos independentemente da origem da pessoa”.
Rosário Farmhouse adianta que o ACIDI está a levar a cabo um “programa de empreendedorismo imigrante que está a ter um sucesso enorme”, dando trabalho “quer a imigrantes quer a portugueses”.
A alta comissária destaca as prioridades do Plano de Integração dos Imigrantes (2010-2013), que dedica “atenção especial aos idosos” e à “promoção da diversidade e da interculturalidade.
“Numa altura de crise, consideramos importante dar maior visibilidade aos valores. É uma altura para mostramos melhor o que somos e o que temos, e sermos capazes de valorizar cada um como peça fundamental para o desenvolvimento de Portugal”, assinala Rosário Farmhouse.
No XI encontro de formação de agentes sócio-pastorais das migrações, que decorreu em Fátima entre os dias 14 e 16 de Janeiro, a Igreja Católica pediu ao Estado que não recue na aplicação do segundo continuando a “aposta interministerial” na concretização das políticas de acolhimento e integração.
“A definição de políticas de acolhimento e integração ao longo da primeira década, exemplar para outros países da União Europeia, foi-se consolidando pela adequação de projectos e estruturas aos fluxos migratórios emergentes”, lê-se no documento conclusivo do encontro.
A alta comissária reconhece que “as comunidades católicas foram as primeiras a abrir as portas a esta diversidade” de nacionalidades que chegaram a Portugal nos últimos anos.
Rosário Farmhouse diz mesmo que a diversidade é a “grande diferença” no panorama dos fluxos migratórios na última década e revela que o país acolhe, neste momento, “mais de 175 nacionalidades diferentes”.