Pagamentos pontuais estão entre as boas práticas sugeridas pelos empresários e gestores cristãos para aumentar competitividade e reforçar «função social»
Lisboa, 19 out 2011 (Ecclesia) – A ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores vai propor aos líderes empresariais a alteração de “padrões de comportamento que põem em causa a competitividade da economia portuguesa”, a começar pela necessidade de “pagamentos pontuais”.
A partir do próximo dia 24, a organização apresenta durante uma semana o programa «Programa AconteSer: Liderar com responsabilidade», com ações por todo o país, para “combater a falta de competitividade das micro, pequenas e médias empresas, através da livre assumpção, por um amplo conjunto de empresas e organizações, de boas práticas que potenciem a sua ação empresarial e, dessa forma, cumpram a sua função social e criem um ciclo virtuoso para a economia”, revela o secretário-geral da ACEGE, em texto publicado na mais recente edição do semanário Agência ECCLESIA.
Jorge Líbano Monteiro aponta “três compromissos” particulares “que procuram sinalizar e relembrar a importância dos líderes empresariais no cumprimento das suas obrigações básicas de gestão”: pagamentos pontuais a fornecedores, compromisso com o “projeto de vida dos colaboradores” e compromisso com a “família/sociedade”.
“Três compromissos de honra que potenciam a função social mais básica das empresas, garantir a sua sustentabilidade e a excelência da sua ação”, assinala.
O programa foi feito em colaboração com a CIP – Confederação da Indústria Portuguesa, o IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação e a APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica.
Neste contexto, a ACEGE e Augusto Mateus lançaram terça-feira, no Porto, um estudo sobre “pagamentos pontuais”, mostrando que “o agravamento ao longo dos últimos 5 anos dos prazos médios de recebimento e de pagamento, cifrado, em termos acumulados, em 12 dias, representou um desvio de capital disponível da função investimento para a função de apoio à tesouraria e um travão aos ciclos de negócio”.
O documento, enviado à Agência ECCLESIA, diz que estes atrasos provocaram a perda de 72 mil empregos e uma desaceleração no investimento e crescimento económico.
No estudo «Compromisso de pagamento no prazo acordado – Uma cultura de pagamentos atempados» refere-se que o aumento dos atrasos nos pagamentos funcionou como “um retardador da atividade económica e dos negócios” e “elemento de quebra de confiança nas transações entre empresas”.
O resultado em termos acumulados globais de 2006 a 2011 traduz-se na quebra de cerca 2,9 mil milhões de euros no Valor Acrescentado Bruto (VAB), correspondendo a 2 por cento do PIB.
O estudo da ACEGE adianta que uma aplicação imediata da diretiva europeia, segundo a qual os prazos de pagamento/recebimento não devem exceder os 60 dias, teria uma “forte repercussão” na economia portuguesa em apenas um ano.
Nesse sentido, destaca-se a potencial criação de 120 mil postos de trabalho e o aumento do VAB em 4,8 mil milhões de euros, representando 3,24 por cento do PIB.
O semanário Agência ECCLESIA apresenta ainda outras iniciativas da ACEGE que visam auxiliar empresários a ultrapassar contextos adversos, incentivando a criação de emprego e o desenvolvimento da economia, como o “Fundo Bem Comum” (ver notícias relacionadas).
OC