ACEGE: Congresso propõe cultura de «amor ao próximo» na gestão e na liderança empresarial

Universidade Católica Portuguesa acolhe encontro de dois dias em Lisboa

Lisboa, 05 jun 2015 (Ecclesia) – A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) vai promover entre hoje e amanhã o seu congresso com o tema ‘Uma cultura de gestão e liderança à luz do amor ao próximo’.

“O que queremos e estamos a propor é uma reflexão muito experiencial, não são teorias que vamos falar no congresso, mas da prática de pessoas que no dia-a-dia estão em cargos de chefia, com responsabilidades, mas têm esta tensão de introduzir novos valores e critérios na sua ação, o novo capitalismo”, destaca o secretário-geral da ACEGE.

À Agência ECCLESIA, Jorge Líbano Monteiro revela que ao escolherem o tema ‘Uma cultura de gestão e liderança à luz do amor ao próximo’ para o 6.º congresso nacional, os promotores querem “confirmar” que esta temática “não está acabada” mas é uma marca que a associação quer presente na “gestão da liderança dos empresários”.

“Temos muito trabalho sobre este tema, atividades regulares nos nossos núcleos, na direção. No fundo pensarmos como se pode amar o próximo dentro das empresas e como não é uma teoria mas uma prática”, desenvolve.

O “amor ao próximo” na gestão faz parte da agenda da ACEGE “desde há três anos” e vai estar em reflexão na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

A ACEGE preparou quatro grandes painéis: “A missão do líder na sociedade atual; Critérios para a tomada de decisão; A empresa como comunidade de pessoas: fundamentos de liderança; As novas dimensões do lucro e da remuneração.”

Jorge Líbano Monteiro sublinha que “tudo começa na pessoa” e neste contexto se o líder não estiver “plenamente convicto” dos critérios católicos e humanistas é “muito difícil” vivê-los pela pressão dos mercados e da concorrência.

Mesmo nos locais onde são “minoritários e é impossível” pode ficar um “desafio aos outros e à realidade da empresa”, observa.

“Como é que o líder acredita que é importante gerir com amor ao próximo? Como é que vai gerar a comunidade de pessoas que no fundo tem impacto na sociedade não só pelo lucro mas pelo bem que faz?”, acrescenta.

O secretário-geral revela que na associação, com mais de mil associados, existem “muitas experiências silenciosas” de pessoas que fizeram a diferença nas empresas pelo “desejo de levar os valores de Cristo”.

Refletir sobre a necessidade de redefinir o lucro é uma das propostas que vai analisar se é só uma questão económica ou é mais ampla pelo “impacto” que a empresa pode ter na comunidade onde está inserida e nos trabalhadores.

A Associação Cristã de Empresários e Gestores defende modelos de capitalismo inovador e o entrevistado destaca que uma das transformações consiste em não olhar para o lucro como algo absoluto, algo que “as grades teorias de gestão percebem” também perceberam que é pouco.

“O caminho é ter uma visão mais alargada do impacto da empresa na sociedade, olhar para o médio e longo prazo, vai dar consistência às próprias empresas e transformar o capitalismo”, sustenta o também empresário, para quem os bons princípios de gestão e liderança são mais precisos em período de constrangimento.

“Aqueles empresários que tinham empresas mais consistentes, que tinham bases éticas e de desenvolvimento corretas sobrevivem melhor à crise”, assinalou o secretário-geral da ACEGE.

A sessão de abertura do congresso conta com o seu presidente, António Pinto Leite, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente e o ministro da Economia, António Pires de Lima, a partir das 18h30 desta tarde.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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