Acção social da Igreja sabe que o seu dinheiro pertence aos pobres

«O Estado não tem essa noção», denuncia director da Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias

O director da Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias aplaudiu a “acutilância das palavras” proferidas por Bento XVI no encontro com instituições de apoio social que decorreu esta Quinta-feira, em Fátima.

No mesmo dia em que o Governo anunciou medidas de austeridade para reduzir o défice do Estado, João Paulo Nunes mostrou-se convicto de que “se há instituição na sociedade portuguesa que sabe gerir meios em tempos de crise, essa instituição é a Igreja e as organizações que desenvolvem a acção social no terreno”.

“Sabem controlar a despesa porque sempre foram habituadas a gerir fundos curtos e têm a consciência de que as verbas que gerem não são suas, mas dos pobres a quem se destinam – e o Estado não tem essa noção”, frisou.

No entender de João Paulo Nunes, uma das notas mais importantes do discurso do Papa foi a afirmação de que “a acção sócio-caritativa da Igreja deve ser desenvolvida com autonomia relativamente ao Estado”, de modo a evitar a dependência e assegurar que o trabalho desenvolvido pelas instituições eclesiais reflicta os seus valores.

O responsável defende que o financiamento estatal não deve condicionar a identidade das instituições católicas, porque em caso contrário “não se trata de um subsídio, mas de uma compra”.

João Paulo Nunes destacou igualmente as palavras que Bento XVI dedicou à “reafirmação do casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher” e aos “malefícios que as leis dos homens provocam nas pessoas, nomeadamente no que se refere às questões do aborto e aos problemas sociais decorrentes dessa prática”.

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Agência ECCLESIA

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