Resposta a situações que colocam vidas em perigo devem passar por maior partilha de responsabilidades entre os Estados, diz Bento XVI
Cidade do Vaticano, 25 out 2011 (Ecclesia) – Bento XVI apelou hoje ao “respeito” da comunidade internacional pelos refugiados que fogem de “perseguições, violências e situações que põem em perigo a sua vida”, sublinhando a necessidade “maior partilha de responsabilidades entre os Estados”.
Na mensagem para o 98.º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que a Igreja Católica vai celebrar a 15 de janeiro do próximo ano, o Papa reclama dos “diversos Estados e da comunidade internacional” que haja “estruturas de acolhimento e programas de reinserção” para estas populações em busca de asilo.
O documento, divulgado pela Santa Sé, pede uma “ajuda recíproca entre as regiões que sofrem e aquelas que, anos após anos, acolhem um grande número de pessoas em fuga”.
A imprensa e os outros meios de comunicação, escreve o Papa, “desempenham um papel importante para fazer conhecer, com imparcialidade, objetividade e honestidade, a situação de quantos foram forçados a deixar a sua pátria e os seus afetos e desejam começar a construir uma nova existência”.
Bento XVI espera que as comunidades cristãs reservem “particular atenção” aos trabalhadores migrantes e suas famílias, “acompanhando-os com a oração, a solidariedade e a caridade cristã”.
A mensagem papal admite ainda a necessidade de os católicos se empenharem em “novos projetos políticos, económicos e sociais, que favoreçam o respeito pela dignidade de cada pessoa, a tutela da família, o acesso a uma habitação condigna, ao trabalho e à assistência”.
“Sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos, e sobretudo os jovens e as jovens, mostrem-se sensíveis e ajudem incontáveis irmãs e irmãos que, tendo fugido da violência, se devem confrontar com novos estilos de vida e com dificuldades de integração”, pode ler-se.
A mensagem foi apresentada hoje no Vaticano, em conferência de imprensa, pelo presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Refugiados.
O arcebispo italiano D. Antonio Maria Vegliò disse aos jornalistas que os movimentos migratórios “devem ser legitimamente regulados”, com o objetivo de “tutelar a dignidade” de todas as pessoas e promover “o diálogo entre os povos”.
O responsável apresentou como exemplo destes fluxos os números da imigração nos EUA, Rússia, Arábia Saudita, Canadá e União Europeia, destacando, neste último caso, os mais de “490 mil” portugueses que residem em França.
OC