Ação Católica: Movimentos da Diocese de Lisboa assumem compromisso de «arriscar a fazer diferente»

Encontro realizou-se no âmbito das comemorações dos 90 anos da AC para debater os caminhos do futuro

Lisboa, 31 jan 2023 (Ecclesia) – Três movimentos da Ação Católica (AC) da Diocese de Lisboa estiveram reunidos, no último domingo, num encontro diocesano, na Casa do Oeste, em Ribamar da Lourinhã, sobre os caminhos do futuro, assumindo o compromisso de “arriscar a fazer diferente”.

“No decurso dos trabalhos fomos desafiados a não deixar desaparecer a memória, mas também a não ficarmos indiferentes às realidades de hoje. Foi assumido que devemos arriscar a fazer diferente, pois mudar é difícil, mas essencial”, informa uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

O encontro, com o lema “Um só coração e uma só alma: (re)visão de vida!”, juntou 60 pessoas da Ação Católica Independente, Ação Católica Rural e Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), no âmbito das comemorações dos 90 anos da AC.

“Constatamos estar envelhecidos, mas fomos convidados a não desistirmos, a mantermos a ‘luz acesa’, pois somos poucos e pequenos, mas somos fermento e é esse ‘fermento’ que nos impele a defender causas e a proclamar o Evangelho”, avançaram os movimentos.

Foi também sublinhada a importância de ter um grupo base para ajudar “a substituir os medos pelos sonhos” e fortalecer o “compromisso”.

“Concluímos que é imperativo que nos transformemos, para transformar. Para isso é preciso unir esforços, nomeadamente na formação, e dar continuidade a estas partilhas em conjunto. Estas linhas foram igualmente reforçadas pela partilha nos trabalhos de grupo. Ficou o desafio e a vontade de continuarmos a partilha, de continuarmos o caminho juntos”, assinalaram.

Fernando Abreu, secretário-geral adjunto da Ação Católica Portuguesa na década de 60, foi o responsável por fazer o enquadramento histórico da Ação Católica, baseado nas memórias; lembrou a criação da AC com uma diversidade de movimentos, de acordo com a realidade que se vivia.

Com o Concílio Vaticano II, houve uma mudança e a partir daí os movimentos passaram a ser dirigidos pelos leigos, recordou Fernando Abreu, que reafirma que a realidade de hoje é muito diferente e que os movimentos terão de ter a capacidade de se adaptar.

Por sua vez, Olinda Marques, coordenadora da LOC/MTC da diocese de Coimbra e membro do grupo de Coordenação do Movimento de Trabalhadores Cristãos Europeus (MTCE), abordou as perspetivas futuras, refletindo sobre as novas formas que a AC tem de encontrar para estar presente na evangelização do mundo hoje.

“Conhecer a realidade da vida das comunidades indo ao seu encontro e não desistir” e “encontrar novas formas de comunicar para que a mensagem chegue a todos, todos, todos” foram algumas das interpelações feitas pela antiga presidente nacional e dirigente livre da Juventude Operária Católica (JOC).

O encontro terminou com uma eucaristia presidida por D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa.

LJ

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