Presidente do Conselho para a Nova Evangelização diz que 950 milhões de pessoas passaram pelas Portas Santas do Jubileu da Misericórdia
Cidade do Vaticano, 21 nov 2016 (Ecclesia) – O Vaticano rejeitou hoje que o Papa esteja a promover o “laxismo” em relação à prática do aborto, comentando a decisão de alargar a todos os padres a possibilidade de perdoar estes casos, em Confissão.
“Não há qualquer forma de laxismo, pelo contrário, há uma forma com a qual se toma consciência da gravidade do pecado, arrependendo-se, e por isso se quer a reconciliação com o Senhor”, disse em conferência de imprensa D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (CPPNE).
O responsável da Santa Sé apresentou aos jornalistas carta apostólica ‘Misericórdia e Mísera’, com a qual o Papa quis marcar o encerramento do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016).
Neste documento, Francisco anuncia a decisão de alargar definitivamente a faculdade de absolvição de quem praticou o aborto a todos os sacerdotes, mantendo assim a prática do Ano Santo extraordinário.
O Papa não deixa de afirmar que “o aborto é um grave pecado, porque põe fim a uma vida inocente”.
D. Rino Fisichella admite que a decisão do Papa pode implicar uma alteração no Código de Direito Canónico, que atualmente prevê a excomunhão ‘latae sententiae’ (automática) para a prática do aborto, exigindo a Confissão ao bispo (ou os padres a quem o bispo desse essa faculdade) para a remissão da pena.
O arcebispo italiano informou depois que as estimativas da Santa Sé apontam para um total de 950 milhões de fiéis que atravessaram as Portas Santas em Roma e nas dioceses de todo o mundo.
Só no Vaticano, o CPPNE contabilizou mais de 21 milhões de peregrinos, vindos de 156 países.
D. Rino Fisichella saudou a manutenção do serviço dos “missionários da misericórdia” para lá do Ano Santo extraordinário, outra decisão do Papa, revelando que “nalgumas zonas as confissões aumentaram 30%”.
No início da Quaresma deste ano, Francisco presidiu ao envio mais de mil sacerdotes de vários países, incluindo Portugal, para promover o perdão dos pecados.
OC