Bispo das Forças Armadas e de Segurança pede debate racional e «consistente»
Lisboa, 31 jan 2014 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda, elogiou a reforma aprovada em Conselho de Ministros na Espanha que diminui e limita o prazo legal para abortar.
“É de aplaudir esta tomada de posição do Governo espanhol até porque isso constitui uma novidade absoluta a nível mundial”, escreve, no Semanário ECCLESIA.
Com esta aprovação a opinião pública espanhola dividiu-se “por irracionalidade, como o comprovam as cenas deprimentes e patéticas que as televisões mostraram” opina D. Manuel Linda.
“Sobre o aborto, jamais nos entenderemos enquanto não quisermos refletir e usar a massa cinzenta”, sustenta, pedindo consenso para chegar “ao bom porto da concórdia e da promoção do humano integral”.
“Se, até agora, a lei repousava no princípio do direito absoluto da grávida, agora passará a assentar na dignidade do concebido e na obrigação legal da proteção do indefeso, tal como previsto na jurisprudência”, explica D. Manuel Linda.
Para este responsável, a vida humana passou a ser “desvalorizada até ao limite do descartável” e como tal, “a legalização do aborto constituiu um dos mais sérios retrocessos no processo de humanização da humanidade, por mais que, a alguns, isso custe aceitar”.
“É de esperar, portanto, que os defensores do aborto apresentem razões objetivas e consistentes, porque nós, os que nos opomos, também as temos”, acrescenta.
Atualmente considerado um direito da mulher, o aborto vai voltar a ser um delito em Espanha, uma mudança presente na reforma da lei do aborto, aprovada no passado dia 20 de janeiro pelo governo de Mariano Rajoy em Conselho de Ministros.
Intitulada Lei de Proteção da Vida do Concebido e dos Direitos da Grávida, a norma permite apenas a interrupção voluntária da gravidez em casos de grave perigo para a saúde da mulher (até às 22 semanas) e de violação (12 semanas).
MD