O presidente da Comissão Europeia e ex- primeiro-ministro português, Durão Barroso, defendeu no passado sábado que a Europa “não pode ser um clube cristão”, devendo por isso admitir um país de maioria islâmica como é o caso da Turquia. Em entrevista ao jornal “Expresso”, Durão Barroso adianta que a Europa “não deve ter vergonha das suas raízes cristãs”, mas preconizou que seria útil dar ao mundo islâmico um sinal, admitindo um país de maioria islâmica. A adesão da Turquia à UE foi recentemente abordada pela Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE). Os Bispos afirmaram que a abertura das negociações com a Turquia deverá depender da vontade política do governo turco em “corrigir as falhas evocadas no relatório da Comissão Europeia no que diz respeito à liberdade religiosa e ao estatuto jurídico das minorias”. “Para a Igreja Católica é importante que a Turquia e a UE desenvolvam as suas relações de forma amigável e construtiva: não pode haver obstáculos de ordem religiosa a que um país de maioria muçulmana se torne membro da União Europeia”, sublinham. Um homens fortes da Cúria Romana, o Cardeal Joseph Ratzinger, tem vindo a opor-se a uma eventual entrada da Turquia para a União Europeia (UE),considerando que isso seria “anti-histórico” e que será melhor que esse país faça a ponte entre a Europa e o mundo árabe. A nível de política externa, contudo, a Santa Sé pauta as suas posições pela neutralidade defendida por D. Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano. O Cardeal Sodano já afirmou que a Santa Sé não é contrária à entrada da Turquia na UE. “Estamos na presença de questões entre Estados, sobre as quais a Santa Sé é neutral e como tal deve permanecer”, assegurou.