Os sons e os sentimentos provocados pela música chegaram primeiro a Miguel Sepúlveda do que as notas e as pautas. O piano em casa da tia-avó, onde brincava com liberdade – qual criança a experimentar legos – e o estudo lúdico do piano com a cantora Maro, comprovaram-lhe o talento. O trabalho veio depois, quando afirmou em casa querer ser músico e procurar forma de condensar os conhecimentos em poucos anos de estudo.
A Escola Profissional da Metropolitana abriu-lhe o caminho e os intervalos, bem como os concertos na Gulbenkian, mostraram-lhe que também ele queria «ser sangue e carne» quando fizesse da composição de Mozart, List, ou Mahler uma interpretação sua.
O jovem maestro, de 27 anos que ganhou em 2022 o Prémio Jovens Músicos 2022, tem percorrido a Europa a dirigir orquestras e a conhecer músicos através dos encontros que a música proporciona. Enquanto houver composições, que para si são novas, não quer fixar-se. O caminho é estudar cada partitura intensamente, encontrar em cada nota a tonalidade e densidade certas para que o sublime aconteça em cada interpretação.