A revolta dos Cardeais

O limite de voto aos 80 anos começa a levantar celeuma Os cardeais octogenários da Igreja Católica, sem direito a voto no Conclave de eleição do futuro Papa, estarão a preparar-se para reclamar a restituição desse direito, segundo a edição de hoje do diário italiano “La Reppublica”. “Sem direito de voto somos meio-cardeal, cardeais de segunda classe”, pode ler-se no testemunho de um deles, a coberto do anonimato da reportagem jornalística. Segundo o diário, os 59 cardeais com mais de 80 anos teriam enviado uma carta a João Paulo II pedindo que restabelece o seu direito a votar, suprimido em 1970 por Paulo VI (Motu Proprio Ingravescentem aetatem). “É uma regra inconcebível, um cardeal é aquele que, acima de tudo, elege um Papa e se coloca a seu lado para o seguir”, acrescenta outro dos entrevistados. Para o cardeal Giovanni Cheli, de 85 anos, reconhece abertamente que “todos nos sentimos algo lesados”, mas acrescenta que “não faço disso um drama. Já na manhã de hoje o Papa recebeu os novos cardeais, criados no último Consistório extraordinário, e desejou-lhes as maiores felicidades para a sua missão “ao serviço de toda a Igreja”. O discurso do Papa foi muito breve e incluía uma saudação para cada grupo linguítico presente.

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