A reta consciência

Joaquim Mexia Alves, Diocese de Leiria-Fátima

Joaquim Mexia Alves

Hoje, Senhor, trazes a consciência à minha reflexão diária.

Docemente, como sempre fazes, dizes-me ao coração:

Sabes, meu filho, como se fala sempre de que a consciência está primeiro e deve reger a vida de cada um.

E é verdade, mas a consciência deve ser formada, (embora ela esteja no coração do homem como uma lei escrita pelo próprio Deus), ou seja, deve ser uma recta consciência.

A consciência, sobretudo do cristão, deve ser formada no amor de Deus, no dom da Fé e na Doutrina da Igreja, porque só assim, a consciência nos pode guiar segundo a vontade de Deus.

Por isso o homem deve procurar sempre a verdade e o bem.

E, meu filho, se tens que tomar uma decisão e pretendes iluminar a tua consciência segundo a verdade e o bem, procura conselho, mas não procures inúmeros conselhos até encontrares um coincidente com a tua vontade, porque então estarás a tentar enganar a tua consciência, procurando fazer a tua vontade e não a vontade de Deus escrita indelevelmente na tua consciência.

Fico a meditar no que me dizes, e peço-Te:

Leva-me, Senhor, a procurar formar a minha consciência segundo a verdade e o bem, segundo a Tua vontade.

Que eu não queira nunca manipular a minha consciência para fazer a minha vontade, mas sim que procure sempre o bom conselho e o siga, mesmo que me custe e não seja aquilo que eu julgo desejar para a minha vida.

Que eu deixe sempre o Espírito Santo iluminar a minha consciência para que em tudo eu faça apenas e só a Tua vontade.

Obrigado, Senhor, pela consciência que me dás e dás a cada um.

Nota: «No fundo da própria consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer; essa voz, que sempre o está a chamar ao amor do bem e fuga do mal, soa no momento oportuno, na intimidade do seu coração: faz isto, evita aquilo. O homem tem no coração uma lei escrita pelo próprio Deus; a sua dignidade está em obedecer-lhe, e por ela é que será julgado. A consciência é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser. Graças à consciência, revela-se de modo admirável aquela lei que se realiza no amor de Deus e do próximo. Pela fidelidade à voz da consciência, os cristãos estão unidos aos demais homens, no dever de buscar a verdade e de nela resolver tantos problemas morais que surgem na vida individual e social. Quanto mais, portanto, prevalecer a recta consciência, tanto mais as pessoas e os grupos estarão longe da arbitrariedade cega e procurarão conformar-se com as normas objectivas da moralidade. Não raro, porém, acontece que a consciência erra, por ignorância invencível, sem por isso perder a própria dignidade. Outro tanto não se pode dizer quando o homem se descuida de procurar a verdade e o bem e quando a consciência se vai progressivamente cegando, com o hábito do pecado.» Guadium et Spes (16)

 

 

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