Joaquim Mexia Alves, Diocese de Leiria-Fátima
Anda comigo, vamos à pesca.
Mas, Senhor, eu não sei pescar.
Não faz mal. Vem comigo que Eu ensino-te como pescar.
Mas, Senhor, eu não tenho barco, não tenho rede, não tenho cana, nem linha, nem anzol, como queres Tu que eu pesque?
Sabes, meu filho, não te disse antes, mas vou-te dizer agora.
Não te ofendas comigo, mas tu serás o Meu isco para pescar.
Eu, Senhor, o Teu isco???
Estou velho e sem sabor, nem beleza, nem brilho. Como poderei eu ser um isco apetecível para a pesca?
Não te preocupes e faz apenas o que te digo, o que Eu te peço para fazeres.
Então, Senhor, diz que eu estou aqui para ouvir e a tentar fazer tudo o que me pedires.
Olha, meu filho, que o teu barco seja a Igreja, a tua rede seja a paz e a alegria, a tua cana seja a Palavra, a tua linha a oração e o teu anzol seja o amor.
Oh, Senhor, mas como posso eu ter tudo isso se sou tão fraco e volúvel, tão inconstante e frágil, tão orgulhosos e vaidoso?
Acredita que tudo isso será importante para que a tua pesca tenha sucesso.
Como assim, Senhor?
É que se fizeres tudo o que te peço e como te peço, tudo isso será motivo para que outros vejam a mudança em ti, e essa será uma das razões para que queiram entrar na rede do amor.
Afinal, Senhor, Tu é que és o pescador, e eu sou apenas um humilde servidor que se entrega à a Tua vontade.
Vamos então, meu filho, a pesca só depende da tua entrega, porque tudo o resto sou Eu que faço.
Sim, meu filho, porque o verdadeiro “isco” sou Eu.
Obrigado, Senhor, por me aceitares na Tua barca e Te quereres servir de mim na pesca milagrosa de todos os dias.