A Paixão de Jesus nos Evangelhos

O especialista em Sagrada Escritura, Pe. Joaquim Carreira das Neves, apresenta o percurso da Semana Santa seguindo as Escrituras A Terra Santa recebe, por estes dias, milhares de peregrinos que querem recordar os últimos momentos da vida de Jesus, nos locais onde aconteceram há dois mil anos. Em entrevista ao Programa ECCLESIA, o especialista em Sagrada Escritura, Pe. Joaquim Carreira das Neves, falou da Semana Santa no Novo Testamento, apresentando a Paixão de Jesus. No Domingo de Ramos, a Igreja assinalou a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém depois de uma vida passada, maioritariamente, na Galileia. “Era lá que ele tinha de provar que trazia o Reino de Deus à Terra, porque todo o profeta tem de se manifestar em Jerusalém”, explica. Com a chegada de Jesus a Jerusalém e os acontecimentos da semana santa, chega-se ao fim do “caminho” começado na Galileia. Tudo converge, no Evangelho de Lucas, para aqui, para Jerusalém, onde deve irromper a salvação de Deus. Em Jerusalém, Jesus vai realizar o último acto do programa enunciado em Nazaré: da sua entrega vai nascer esse Reino de homens novos, livres, onde todos serão irmãos no amor. Jesus não veio da Galileia junto ao mar, mas pelo interior de Israel, começando por Jericó. Os Evangelhos relatam a subida para Jerusalém, onde se dá uma “tomada profética” do Templo que escandalizou o Sinédrio, tribunal religioso judaico. Depois deste episódio, tem lugar a Última Ceia, no ambiente da Páscoa judaica. “O centro da ceia judaica era um sermão, à volta da libertação por Moisés. Jesus explica o significado da ceia, mas não há a ceia pascal, com a manducação do cordeiro”, lembra, porque “Jesus é que vai ser o cordeiro pascal”. Quanto à morte na cruz, o Pe. Carreira das Neves lembra que os judeus não tinham a crucifixão, antes o apedrejamento. Jesus foi julgado como “blasfemo”, mas com 200 mil judeus em Jerusalém, para a celebração da Páscoa, havia o perigo de uma sublevação, pelo que foi entregue depois a Pilatos, para um julgamento político. “Para o cristãos, na cruz está o Senhor, o Messias, o Filho de Deus. Os judeus vêm um irmão que se portou mal, que foi blasfemo, e Pilatos via-o como um perigo, por causa da sua pregação messiânica”, refere.

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Agência ECCLESIA

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