«A Paixão de Cristo» ultrapassa os 100 milhões de dólares

Apesar de toda a polémica que o rodeou, o novo filme de Gibson, “A Paixão de Cristo”, continua a bater recordes desde a sua estreia, na passada Quarta-feira de Cinzas. O filme arrecadou já 117,5 milhões de dólares, a segunda melhor arrecadação para um filme estreado a uma quarta-feira, ultrapassado apenas por “O Senhor dos Anéis. Nem mesmo os mais optimistas julgavam que um filme rodado em línguas mortas e sobre um tema religioso pudesse superar os 100 milhões de dólares depois de vários meses de exibição. “A Paixão de Cristo” superou esta marca após uma semana. O filme dirigido por Mel Gibson sobre as últimas doze horas da vida de Jesus, conseguiu entre a sexta-feira e o domingo 76,2 milhões de dólares, tendo conseguido superar “O Regresso do Rei”, última parte da obra “O Senhor dos Anéis”, que obteve nesse mesmo período 72,7 milhões de dólares. Entretanto o actor e realizador Mel Gibson voltou a mostrar o seu lado católico ao anunciar o financiamento, com três milhões de dólares, da reconstrução da igreja da Sagrada Família, na Califórnia. O templo serviu de cenário para a gravação do seu novo filme, rodado às expensas do próprio realizador, já que nenhuma das grandes produtoras ousou investir no polémico projecto. A obra, de três horas de duração, apresenta uma narração que segue à risca o texto dos Evangelhos, mas não será a incerteza do desfecho a prender os espectadores à cadeira, mas a intensidade (que roça mesmo a violência) das imagens e dos sons. Contando com actores como Jim Caviezel e Monica Belucci, este filme de Mel Gibson, vencedor do Oscar de melhor realizador em 1995 com “Braveheart”, pretende, segundo o próprio, “transcender as barreiras da linguagem com cenas que contem a história por si mesmas.” O filme teve como cenário as localidades italianas de Sassi de Matera e Craco, transformadas completamente em função dos cenários: muros e torres, as cruzes do Gólgota, casas, mercados e vestes de há 2000 anos, tudo para filmar a Última Ceia, a prisão e julgamento, o encontro com Pilatos, a crucifixão e a morte de Jesus. Mesmo antes de estar concluído, o filme suscitou forte polémica nos Estados Unidos por causa da reacção de organizações judaicas norte-americanas, que acusam Gibson de retomar a acusação “Judeus, povo deicida” formulada na oração de Sexta-feira Santa pré-Vaticano II. João Paulo II já viu a obra e, apesar de se ter especulado sobre a sua reacção, a Santa Sé desmentiu que o Papa tivesse feito qualquer comentário público.

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