A Obra da Rua não está nos gabinetes

O Pe. Acílio Fernandes sublinha também que a beatificação do Pai Américo em 2006 seria “uma boa maneira de comemorar” os 50 anos da morte do fundador “A Obra da Rua está junto da realidade e não nos gabinetes” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Acílio Fernandes, Responsável da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, Porto. Uma resposta indirecta às insinuações de maus tratos praticados nas casas fundadas pelo Padre Américo. Nos 50 anos da Casa do Gaiato de Setúbal, os antigos gaiatos daquela casa ergueram um busto (com metro e meio de altura) ao fundador. Uma manifestação de “carinho pelo Pai Américo” – referiu. E acentua: “não há rapaz que passe pela Casa do Gaiato que não fique com ela no coração” apesar de ficarem também “alguns azedumes porque não é fácil educar rapazes que levaram muitos pontapés na sua vida”. Em relação aos problemas com as entidades oficiais, o Pe. Acílio Fernandes sublinha que “sempre tivemos problemas com as elas. As insinuações de maus tratos não são de agora. O Pe. Américo viu-se aflito também com as entidades oficiais”. O confronto existe “sempre entre o que se pensa e realiza”. Como o Estado “não os educa e salva, coloca-os na cadeia” – mencionou o responsável daquela casa. As Casas do Gaiato continuam a receber rapazes mas “somos obrigados a participar ao Estado as crianças que deixamos entrar”. E pergunta: “não sei porquê?” Se a entidades estatais contribuíssem com “algum dinheiro para nós nos mantermos e educarmos as crianças…” – afirma e completa: “só entende o reino dos céus quem o realiza”. A Casa do Gaiato de Setúbal já educou mais de um milhar de rapazes. Actualmente, alguns são “motores da sociedade”. Homens que desempenham funções em diversas ramos da sociedade. Busto do Pai Américo O autor do busto do Padre Américo foi feito por um «neto» do homenageado. O escultor Luís Mendes é filho de um «gaiato» que viveu com o fundador da Obra da Rua. O busto “está muito parecido com a figura do Pe. Américo” e está “numa atitude de desafio e cabeça erguida”. O escultor apresentou o Pe. Américo de tronco direito, cachecol e capa pelas costas. Uma figura “que se agiganta diante dos olhos das pessoas”. O pai do artista, Júlio Mendes, referiu: “só lhe falta falar”. Beatificação do Pe. Américo O Pe. Américo – a quem os «gaiatos» chamam Pai Américo – é o fundador da Obra da Rua, designação oficial da Casa do Gaiato. Nasceu a 23 de Outubro de 1887 no concelho de Penafiel e morreu a 16 de Julho de 1956, aos 68 de idade, no Porto. “faleceu com a fama de santidade” – realça o Pe. Acílio Fernandes. E acrescenta: “preocupa-nos muito mais que venham seguidores do Pe. Américo”. O processo de beatificação “está no fim” talvez em 2006 nos 50 anos da morte. “Seria uma boa maneira de comemorar” – finaliza.

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