Conversamos com Maria Durão, do grupo «Simplus, sobre o seu percurso de fé, sobre a composição musical, também sobre o que a competição profissional no ténis lhe ensinou e sobre o que significa resgatar vidas, «em comunidade», na associação Vale de Acor, onde trabalha como terapeuta. O último trabalho musical «Levanta-te», serve de pano de fundo de uma conversa que recupera memórias e se radica em lugares e pessoas.
«O que mais ganhei com a experiência de ter jogado ténis profissional, foi a grande intuição de fundo de que a vida é para uma coisa grande. Depois percebi que a coisa grande era maior ainda que ganhar Roland Garros (Torneio de Roland Garros, realizado em França), mas essa intuição não saiu e foi ela que me levou a entrar no grupo de oração e conduziu a tudo o que aconteceu depois na minha vida»;
«Sempre tive a necessidade de falar com Deus e também de me dar conta das coisas. As músicas eram uma forma de me dar conta do que tinha vivido naquele dia, de alguma coisa que tinha percebido de novo. Fazer uma música ajuda a tornar mais claro, e quando uma coisa se torna mais clara, bonita e nova, aparece o desejo de o dizer aos outros. Gosto de pensar na oração como algo ligado à vida, e as minhas letras são percebidas na vida, comunicadas à vida dos outros, têm como origem e destino a vida»;
«É engraçado ver como as coisas importantes na vida nos são dadas. Não é evidente, porque geralmente achamos que temos de conquistar as coisas importantes da vida. É preciso, claro, trabalho e perseverança, mas o grande trabalho a fazer é saber receber, que não é nada evidente. Receber o que é dado: estar atento, acolher, deixar-se modelar pelo que é dado».