A Missão começa sempre a partir do outro

No início de 2020, conversamos com o padre Joaquim Gonçalves, missionário da Consolata, padre há 50 anos, sobre um percurso que passou por minas de carvão, na Alemanha, às favelas de São Paulo, sempre com a preocupação de ir ao encontro de quem mais sofre

A celebrar os 50 anos de sacerdócio Joaquim Gonçalves recorda alguns momentos da sua vida missionária. Conta que quis sempre estar perto dos mais pobres, fala dos desafios que se colocam à Igreja e de como é importante os cristãos viverem e darem testemunho daquilo em que acreditam.

Entrevista conduzida por Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

Fotos: Joana Gonçalves (Renascença)

 

 

Celebrou recentemente 50 anos de sacerdócio. É certamente uma data marcante e um grande motivo de alegria?

Muito! Mas a celebração dos 50 anos no aspeto mais social, mais humano, digamos assim, nunca foi uma preocupação minha. A preocupação era dos meus irmãos, porque quando fui ordenado os meus pais já tinham falecido; eles queriam fazer uma festa muito grande e, de facto, organizaram-na bem.

Pelos 50 anos, merece. É uma vida.

Foi tudo bem preparado, interessante. Agora a comissão da capela onde eu celebrei convocou outra celebração, com mais um jantar, para o dia 11 de janeiro e eu disse: ‘está bom, se vocês querem, eu vou’.

É natural de Outeiro da Ranha, em Pombal, e foi para o seminário dos missionários da Consolata, em Fátima, com apenas 13 anos. Nunca teve dúvidas de que a sua vocação era esta?

Posso revelar um segredo?

Estamos cá para isso…

A minha vocação nasceu no confessionário, em Fátima, na Consolata.

Mas logo com a certeza que queria ser missionário?

Não. A minha mãe pertencia à Ordem Terceira de São Francisco, em Leiria, e ela sabia que desde pequeno eu tinha esse imaginário de querer ser padre, frade, porque ela levava-nos a Fátima, a pé, em jejum, duas ou três vezes por ano. A partir da Primeira Comunhão, ia confessar-me e gostava da Confissão nos ‘missionários italianos’. Eles deram-me uma pagelinha, aquilo encantou-me, e a minha ideia de ser franciscano desapareceu. Guardei isso dentro de mim, durante anos, em silêncio. O pároco (local) era muito amigo da minha mãe e queria que eu fosse diocesano, queria pagar toda a despesa, e eu mantive a minha ideia, até aos 14 anos. Decidi ir para o seminário em 1954, já com o ano letivo iniciado, contra a vontade de todos.

Mas depois a família aceitou, naturalmente?

A minha mãe converteu-se, mas o meu pai demorou uns quatro ou cinco anos para aceitar. Quem mais me ajudou e deu força no começo foi a minha irmã mais velha, que já morreu, e que era dirigente da Ação Católica Rural e catequista. Ela entendia o meu sentir e o meu desejo.

Nesse sonhar de ser missionário, pensava já ir para algum local específico?

África. O meu sonho sempre foi a África. Os superiores destinaram-me para o Congo em junho de 1979, e era o meu sonho, eles sabiam disso. Depois de alguns meses escreveram-me uma carta para pedir que fosse para o Brasil, formar os jovens religiosos na Filosofia. Aquilo para mim foi uma virada (mudança) terrível, mas não podia dizer que não.

Acabou por passar muitos anos no Brasil, já vamos falar disso. Ainda antes, esteve em missão em muitos locais diferentes, por exemplo na Alemanha, onde em 1969 – era ainda diácono – fundou a primeira comunidade portuguesa de emigrantes da Baixa Renânia, e chegou a trabalhar nas minas de carvão de Essen…

Quando era estudante na universidade, todas as minhas férias escolhia uma profissão diferente: num ano, Paris, num restaurante; noutro ano, servente de pedreiro; outro ano, recebi gratuitamente uma bolsa de estudos dos jesuítas para aprender alemão na Alemanha. Tive férias com órfãos, desporto para os jovens… As últimas, como diácono, foram numa empresa que explorava o carvão, na Alemanha, por intermédio de um funcionário do Governo que me conhecia desde Roma.

Depois de 15 dias na mina, debaixo da terra, o chefe convidou-me para trabalhar na secretaria, com os imigrantes. Porque havia muitos clandestinos, na época – de língua portuguesa, espanhola, francesa e italiana.

 

Foi uma experiência que o marcou? Essa experiência de trabalho, real, com pessoas que tinham muitas dificuldades?

Foi aí que comecei a aprender uma metodologia fundamental para a Missão: começar sempre a partir do outro, não a partir de mim. A preocupação em conhecer o outro, o que pensa, o que quer, por que é que está aí…

O que é que precisa…

E o que é que precisa. Nós tínhamos lá (na mina) quenianos, libaneses, canadianos, franceses, espanhóis, portugueses, e muitos eram clandestinos. Foi aí que surgiu a primeira comunidade portuguesa da Baixa Renânia, porque eu comecei a reunir os portugueses ao sábado à tarde, para confraternizar; depois, evoluiu para a Missa, no sábado à tarde.

Foi importante para a sua vida futura como sacerdote o contacto que teve com os cristãos presbiterianos alemães? Ajudou-o a ter uma visão mais ecuménica?

Foi muito interessante. Travei amizade com um dos chefes da empresa, que era membro da Assembleia de Deus, que me chegava a convidar para almoçar na casa dele, ao domingo; tive também muito bom relacionamento com estudantes presbiterianos de teologia, alemães. E a  minha tese de licenciatura foi ecuménica [‘Renascer em Cristo: A nova criatura na teologia de São Paulo’].

 

O seu percurso passou também por Roma, na altura do Concilio Vaticano II, onde acabou por ser ordenado padre. Viver de perto o Concílio, e contactar com quem nele participava, também moldou a sua forma de viver a fé e de entender a Igreja?

Sim, muito. Acompanhei muitas conferências, muitos debates fora da assembleia conciliar, em vários lugares, e o que já nessa época me despertava a atenção era a questão da evangelização, mas tendo como preocupação primária os pobres, os abandonados, aqueles que não interessam à Cultura, os que são desprezados, os que não têm valor para a sociedade. Era isso que me preocupava. E mantive relacionamento com alguns bispos, como o que era bispo no meio dos índigenas na Colômbia, e o bispo de Nairobi, que era da Consolata, italiano, e que depois do Concílio decidiu deixar a diocese e construir uma igreja nova entre os pastores no norte do Quénia, ele e outro padre, sozinhos, sem nada, começaram do zero. E isso tocou-me muito o coração, para me interessar pelos mais pobres, saber quem são, por que é que vivem assim.

Essa Teologia, muito centrada nos pobres, marcou a América Latina no século XX, onde acabou por ir viver e contactar diretamente com essa realidade. Como é que se dá a mudança para o Brasil?

Antes de ir para o Brasil, fui procurar bibliografia e encontrei o primeiro livro que o [Leonardo] Boff escreveu, sobre Cristo libertador. Deu-me uma visão mais profunda do que aquela que eu já tinha, com algumas novidades. Mas, achei interessante, quando cheguei a São Paulo e fui para o seminário, não encontrei nenhum estudante de Teologia que conhecesse o livro…

Também porque havia uma certa tensão, no interior da Igreja, em relação à Teologia da Libertação…

Ainda não era forte, mas havia alguma desconfiança. O Papa Paulo VI escolhia bispos de uma linha mias existencial, voltada para os pobres; o Papa João Paulo II mudou essa linha.

O medo de que a Teologia da Libertação se infiltrasse dentro da Igreja foi muito grande. E desnecessário… Como missionário, trabalhei com a Comissão Pastoral da Terra, com o Movimento Nacional dos Direitos Humanos, e cheguei à conclusão de que não posso separar a ação social, a intervenção no meio da problemática humana, a política, do meu serviço religioso e do meu trabalho de evangelização.

No Brasil teve oportunidade de conhecer várias realidades… esteve ligado à formação de seminaristas, mas também trabalhou nas favelas de São Paulo, esteve em missão na Amazónia. Viveu situações difíceis? Alguma vez correu perigo de vida? O que é que o marcou mais, nestes 40 anos?

O que mais me surpreendeu, digamos assim… Eu fui o primeiro padre a morar na grande favela de São Paulo, Heliópolis, em 2002. A Consolata tinha decidido que aquela era a missão ‘ad Gentes’ no Brasil. Antes, estava numa favela onde tinha começado uma missão sozinho, durante dois anos, em Feira de Santana, na Bahia. Quando cheguei àqueles bairros pobres havia 26 igrejas evangélicas, não havia nenhuma católica; o bispo deu-me posse num pequeno salão. Na missa estavam 33 pessoas, de  quatro bairros, uma coisa impressionante… Depois desses dois anos, o superior foi-me pedir para eu ir para São Paulo, contra a vontade do bispo, D. Itamar Vian [arcebispo emérito de Feira de Santana], que ficou com muita pena de que eu saísse de lá.

Na grande favela de São Paulo comecei a envolver-me com toda a problemática (local), inclusive com encontros, conversas pessoais e em grupo com os grandes chefes da droga, que procurei logo conhecer – aproximar-me devagar, ir ao bar onde estavam a beber, criar um relacionamento…

Um dia de manhã saí da favela com um carrinho pequeno que tinha, já antigo, e fui cercado por dois carros da polícia. Apontaram-me três metralhadoras, comigo de mãos levantadas. Alegaram que a matrícula do carro era falsa, que eu ia ficar com o carro apreendido, mas quando disse que era padre baixaram as armas e mandaram-me embora. Mas, aqui é que está o ponto: quando contei isso ao bispo ele disse “o padre não pode voltar mais à favela, não pode morar lá sozinho, porque se o matarem vão dizer que a culpa foi minha”. E eu respondi: “Também mataram Cristo e ele não teve medo. Por que é que eu vou ter medo?”.

E um dos chefes da droga quando foi preso mandou recado à mãe: “diga ao padre que me venha visitar”… Está a ver como é que as coisas mudam? Fazendo-as com transparência, com simplicidades e sem medo.

Tem muitas histórias – e algumas já as contou – de quando começou a fazer visitas às casas, não havia local para celebrar a missa e teve de improvisar muitas situações. Faz falta à Igreja católica essa capacidade de improviso, de presença que muitas igrejas evangélicas já têm? E, não querendo comparar, há sítios em que a presença católica é minoritária face ao trabalho que já é feito por outras comunidades…

O foco da minha mística missionária foi sempre o de fazer-me igual ao outro, não é só ‘estar com o outro’, fingir que se está com o outro, mas é ser e viver: não ter nada em casa para ser roubado; deixar a chave na porta de propósito na favela, para simbolizar isso para o povo; aproximar-me o mais que puder das pessoas; começar o trabalho a partir das aspirações do outro.

E aquela gente, sabendo que eu era padre, e apesar de estar assim mal vestido, de não ter empregada nem cozinheira, estavam preocupados comigo: “Como se alimenta? O que come?”. Perguntavam: “Padre, onde é que celebra missa?”, e eu dizia “Posso celebrar aqui na tua casa, você quer? Então vamos convidar todos os vizinhos e eu vou celebrar aqui a missa”. E aquilo é como uma onda, começa numa casa, continua a visitar-se as famílias noutras casas. E nem é preciso mesa, até se celebra a missa em cima do fogão! Sim, porque não? Durante a missa abre-se o diálogo, podem fazer perguntas, responde-se…

No primeiro ano tivemos na Via Sacra 83 pessoas, no segundo ano já eram mais de 600! A evangelização é isto: Jesus fez assim, veio, fez-se em tudo igual a nós, exceto no pecado; porque é que eu não posso fazer a mesma coisa? Os padres de agora, mais jovens, já não querem isso, querem aparecer bem vestidos e paramentados, já é diferente.

Acompanha com atenção a situação política no Brasil, com o polémico presidente Bolsonaro?

Muito, sempre. Não se faz pastoral paralela às questões políticas e sociais.

Quando estive no Sertão da Bahia, no tempo da fome e da seca, que durou quase dois anos, dedicámo-nos a acolher crianças na casa paroquial, para não as deixar morrer, porque o hospital não tinha condições e mandava-as embora. A UNICEF foi-nos visitar, porque ouviu a notícia, e o governo federal mandou o secretário da ação social ver o que estava a ser feito, e decidiu abrir uma conta em nome com 900 mil cruzados, na época, para sustentar o povo melhor do que o presidente da câmara, que desviava o dinheiro.

A eleição de Bolsonaro foi uma organização bem pensada a partir dos Estados Unidos. É uma eleição, vamos dizer, anti PT (Partido dos Trabalhadores), anti Lula da Silva e anti social. Alguns programas que Bolsonaro está a adotar agora são do Lula, porque ele está vendo que está a ser desprezado pela classe mais baixa, que é a maioria. A grande maioria (do povo brasileiro) não quer, não acredita no Bolsonaro nem nas suas políticas. Ele foi eleito por duas alas fundamentais, a dos fazendeiros e a dos evangélicos.

Houve aproveitamento político por parte de algumas igrejas cristãs evangélicas?

Pelas igrejas evangélicas e pelo setor agropecuário, a mesma coisa. Fizeram tudo para eleger aquele homem, e ele começou a tomar decisões para favorecer toda esta gente.

Durante o Sínodo da Amazónia vimos algumas tensões entre o governo brasileiro e quem está no terreno a defender os mais desfavorecidos. A situação piorou, ou sempre foi má? Sempre houve perseguição a quem coloca a vida ao serviço dos mais pobres?

Sempre houve e sempre haverá, porque os 28 por cento de pobres que durante o governo do PT subiram o nível de vida, já desceram outra vez. Praticamente num ano voltaram àquilo que eram. Falamos dos indígenas, dos pobres, das favelas…

No Brasil as escolas públicas agora estão com cada vez menos alunos, vamos ter outra vez uma geração com muitos analfabetos, infelizmente!

Preocupa-o a situação atual no Brasil?

Preocupa-me no sentido de que esse número de pessoas que ficam na margem, ficam menos capacitadas de poder reagir. E se a Igreja… vamos dizer assim: a cegueira que os pobres adquirem quando ficam muito tempo na pobreza não os deixa ver o que vem pela frente, nem entender o sistema. Se não tiver gente que lhes abra os olhos – e o PT e toda a esquerda está silenciosa demais -, a situação vai-se agravar. E depois não sabemos o que vem pela frente, pode haver reação problemática, de conflitos.

A questão dos evangélicos… Eu trabalhei muito com eles, consegui levar para a missa os pastores e as pastoras, sem os convidar…

É um universo muito grande no Brasil. E apesar de haver um projeto de poder de uma fação, não se pode pôr todos no mesmo saco, nesse sentido.

Não, não.

Teve oportunidade acompanhar o Sínodo sobre a Amazónia? O que é que pensa sobre os resultados?

Sínodos, documentos, na Igreja temos muitos e maravilhosos. A Igreja católica é riquíssima em documentos, em decisões, em propostas. Concretizar depois as decisões em ações práticas, consequentes, é que não é fácil.

Vimos isso com o Concílio Vaticano II…

Com o Concílio aconteceu isso.

Mas, relativamente ao Sínodo sobre a Amazónia, e embora se aguarde ainda o documento pós-sinodal do Papa, tendo em conta as conclusões, o que é que espera que possa mudar, de facto, na Igreja?

Do Sínodo a palavra-chave que me pareceu desafiadora é a palavra “Conversão”: a conversão dentro da Igreja e a conversão dos destinatários da evangelização, são duas conversões. No fundo, não é uma coisa totalmente nova, porque foi essa a visão do Papa João XXIII depois da primeira sessão do Concílio Vaticano II: abramos a janela para o mundo, vamos respirar oxigénio do mundo. Dizer “eu sou Igreja, mas não sou do mundo”, ou “estou no mundo, mas não sou do mundo’…. Eu tenho de estar no mundo, respirar o mesmo ar! Então, este trabalho é muito importante.

A Igreja tem de se converter, sair de si própria – o Papa Francisco diz “a Igreja em saída” -, mas tem de haver conversão também do outro lado. Não se pode simplesmente fazer amizade, convivência, diálogo ecuménico, não é só isso. Eu tenho quer ter método e ter um jeito para anunciar Cristo, e anunciar Cristo de modos diferentes. Aos pobres é uma coisa, aos intelectuais é de outra maneira.

Com o Papa Francisco acredita que a aplicação prática das conclusões deste Sínodo pode acontecer de forma mais rápida e mais pragmática?

Pode. Sobretudo para as comunidades mais distantes, mais abandonadas. Não são só os indígenas, tem muitas comunidades de periferia.

Em julho, antes de vir para Portugal, quis visitar as últimas ocupações que estão sendo feitas na periferia de São Paulo. Há imigrantes novos que ocuparam terras onde não há ruas, não têm energia elétrica instalada, não têm esgoto, têm de ir buscar água com uns baldes. Quando isto começa a acontecer, a Igreja tem de tomar a decisão de se tornar presente imediatamente, porque senão vai chegar atrasada. Esta foi sempre a minha preocupação: não podemos chegar atrasados nas situações mais desafiadoras que existem. Então, eu espero que este documento do Sínodo desperte maior interesse, maior preocupação, não da Igreja ou do Papa, mas dos bispos locais, dos padres que trabalham mais perto.

De quem está no terreno?

Quem está mais perto, no terreno geográfico e existencial, que tenha os olhos abertos e seja capaz de mobilizar as pessoas, os cristãos para integrar tudo isto em comunhão.

Agora que está de regresso a Portugal, que mensagem deixa aos cristãos e aos responsáveis da Igreja em Portugal para 2020?

Olha, eu gosto muito de algo que sempre me acompanhou e acompanha: “acredita no lês, mas vive o que acreditas”. Não basta ler a Bíblia, estudar e ter títulos. “Acredita no que lês”, na Palavra de Deus. São Jerónimo já dizia “quem não comunga a Palavra não merece comungar o Corpo de Cristo”. Então, “acredita no lês, mas vive o que acreditas”. Não basta acreditar, eu tenho que viver, tornar vivo e ser sinal daquilo em que acredito, ser uma luz que a Palavra de Deus realizou em mim. E depois “anuncia, prega aquilo que já vives”, ou seja, dar testemunho. Porque só ir pregar, fazer discursos, conferências e debates é uma coisa…

No fundo, o que deixa é um desafio à coerência dos cristãos?

Um desafio ao viver. Por isso é que eu ainda faço assim: quando estou em algum lugar, uma das primeiras coisas que faço é ir para a rua e ver onde é que estão os pobres. Ainda agora o fiz em Roma. Fui celebrar o meu Jubileu sacerdotal com a missa do Papa – porque fomos ordenados na mesma semana, com dias de diferença – e logo no primeiro dia fui procurar na rua, à volta do Vaticano, onde é que estavam os pobres dormindo. E há muitos. O que sobrava das refeições da noite que eu pudesse levar para eles, guardava no meu quarto e de manhã levava-lhes. E aqui em Lisboa, na Gare do Oriente, faço a mesma coisa.

É ser missionário onde quer que esteja?

Sempre.

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