A Igreja e as deslocações humanas Assinalam-se no próximo dia 4 de Maio os 25 anos do documento “A Igreja e as deslocações humanas”, da Comissão Pontifícia para a Pastoral das Migrações e do Turismo, um dos mais relevantes textos do Magistério da Igreja sobre as Migrações. O texto surgiu após a Constituição Apostólica “Exsul Família” de Pio XII (1952) que precede o Vaticano II e a Carta apostólica de Paulo VI “Pastoralis Migratorum Cura” (1969) que acolhe as novas intuições pastorais a aplicar ao fenómeno da mobilidade em acelerada evolução Segundo o Director da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), Pe. Rui Pedro, “a carta tenta, através de uma linguagem acessível, reafirmar algumas orientações e conteúdos teológicos, apesar de não ter a presunção de dizer coisas novas.” “A carta apresenta uma leitura muito positiva do fenómeno das deslocações humanas, vendo-o como um sinal dos tempos, um apelo à mudança, um convite à Igreja a realizar a própria identidade e a própria vocação, e um caminho de despojamento cultural que a Igreja tem vindo a realizar ao longo da história rumo à universalidade da fraternidade cristã”, refere ainda. Outra nota importante a reter do texto, segundo o Pe. Rui Pedro é a afirmação de que “as migrações são parte integrante da catequese, da pregação, formação e solidariedade. Com a mobilidade crescente entre Continentes e a livre circulação na União Europeia é preciso preparar bem os cristãos para que possam viver a própria fé em contextos sociais, situações laborais e ecuménicas diferentes daquelas onde nasceram e cresceram.” Este documento e suas implicações pastorais irão merecer uma reflexão por parte da OCPM e SDPM durante as próximas Jornadas Pastorais das Migrações, a realizar no Funchal, de 14 a 18 de Julho.
