Vigário-Geral da Diocese contradiz presidente angolano O Vigário-Geral da Diocese de Cabinda assegura que a guerra continua no enclave angolano, ao contrário do que afirmou o presidente José Eudardo dos Santos em Washington. O Pe. Raul Tati referiu em entrevista concedida à rádio católica angolana, “Ecclesia”, que a versão das autoridades angolanas é “deplorável”. “Eu não entendo porque é que o Governo angolano faz esta cruzada quase titânica para tentar provar que em Cabinda não há guerra”, declarou. De acordo com o sacerdote, os recontros entre forças governamentais e rebeldes da FLEC-FAC são constantes. “Nada mudou. O governo angolano não pode dizer que a guerra ficou para trás quando há tanta insegurança na província”, acusa. Na opinião deste líder religiosos e cívico, as evidências não precisam de ser provadas: “o simples facto de se questionar se há ou não guerra em Cabinda, já quer dizer que não é evidente que não haja guerra”. O sacerdote aponta como provas a concentração de tropas, o envio de comandos especiais para a zona e o treino de antigos guerrilheiros da FLEC. “Vieram fazer uma passeata em Cabinda”, ironizou relativamente aos comandos destacados para a província há duas ou três semanas por Luanda. O Pe. Tati é co-autor do relatório, publicado em Nova Iorque no ano de 2003, sobre as violações dos direitos humanos ligadas à guerra no enclave de Cabinda.
