A grande noite… os Óscares

Ao contrário do que frequentemente tem acontecido os Óscares agora atribuídos não se concentraram esmagadoramente sobre um só filme. As nomeações já o deixavam antever, mas não de uma forma tão marcada e com tanta surpresa. São quatro os filmes que coleccionaram três prémios para um só título, mas destes apenas dois o fizeram na apetecida área dos lugares de destaque. Pode assim dizer-se que “Colisão” (Crash) e “O Segredo de Brokeback Mountain” (Brokeback Mountain) foram os vencedores. Discretos, sem grandes distâncias a outros competidores, mas sem dúvida merecendo realce. A grande surpresa foi “Colisão”, escolhido como o Melhor Filme. Único concorrente com produção de 2004 poderia parecer um pouco velho. Em Portugal, em que muitos concorrentes estrearam à pressa com o marketing que este mês lhes facultou, “Colisão” já saiu há muito de cartaz, estando na segunda fase de comercialização, disponível em DVD. Tem agora um segundo fôlego, regressado que está ao grande ecrã com oito cópias em circulação. “O Segredo de Brokeback Mountain” também atingiu áreas de realce, como a Melhor Realização (Ang Lee) e Melhor Argumento Adaptado, ao contrário de “Memórias de uma Gueixa” e “King Kong”, cujas três atribuições, para cada um, se referiram a zonas de menos destaque, com excepção da Melhor Fotografia, ainda da metade superior em termos de importância, atribuído à primeiras destas obras. Merece ainda uma referência especial o justíssimo prémio de Melhor Actor que coube a Philip Seymour Hoffman, exemplar no excelente “Capote”, que espantosamente não viu premiadas outras vertentes de grande valor que sem dúvida apresenta. Fica também uma palavra de especial apreço para George Clooney, mas apenas o distinguiram pelo trabalho de Actor Secundário em “Syriana”, esquecendo-se tudo o que fez, especialmente como realizador, em “Boa Noite, e Boa Sorte.” (Good Night, and Good Luck.”. Francisco Perestrello

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