Ao despertar de forma decisiva a experiência religiosa em cada pessoa e em cada comunidade, o acontecimento da ressurreição interpela também comunicadores a acentuar essa novidade na história das religiões. E desafia o marketing, a imagem, as linguagens.
Nos últimos anos, a troca de mensagens por ocasião da festa da Páscoa oferece-me a oportunidade de dizer o acontecimento celebrado a partir de gírias da comunicação. E formulo votos de “Feliz Páscoa” pela evocação da maior manchete de todos os tempos: “Ressuscitou, não está aqui!”
Se, em cada manhã (quando o ritmo das notícias era pautado pelas edições matutinas) ou em cada instante (nos tempos da informação em redes virtuais) as rotinas dos media giram em torno de uma notícia principal – a manchete -, o decurso da história tem num acontecimento o momento radicalmente novo e inaugurador de uma nova ordem. Encontra no facto da ressurreição a grande manchete da humanidade, por instalar a certeza de que a morte não é o “fim da linha”, que há um sentido para além das contingências, um horizonte mais largo, um limiar de futuro depois do limite dos dias “desta vida”.
Terei de reconhecer que a evocação desta manchete única em toda a história da humanidade raramente mereceu um retorno que fosse além do “obrigado, igualmente!”, quando encontraria nesse argumento razão suficiente para admitir a possibilidade do seu realismo e da centralidade que tal acontecimento tem na história, sempre dita antes ou depois do ressuscitado.
É, por isso, com alguma insistência que retomo a figuração jornalística para falar da ressurreição, especificamente da forma como se comunica, em cada época, essa grande manchete de todos os tempos.
Sendo o acontecimento central na relação de Deus com a pessoa humana, está amplamente estudado pela teologia, referenciado no percurso dos livros da Bíblia e sentido por tradições da espiritualidade cristã. Mas não surge como “marca” do cristianismo. E a evocação do tema ressurreição surge sempre como uma das etapas de um percurso sofredor – paixão, morte e ressurreição – e não como um momento inaugurador, do querer de Deus para a vida humana e de intervenção do Senhor na história.
Ao despertar de forma decisiva a experiência religiosa em cada pessoa e em cada comunidade, o acontecimento da ressurreição interpela também comunicadores a acentuar essa novidade na história das religiões. E desafia o marketing, a imagem, as linguagens.
A provocação estimula quem olha cada circunstância como oportunidade para ativar a criatividade e inventar novas formas para dizer verdades de todos os tempos, assumindo que “há ainda mercado para falar da ressurreição ao mundo” (ver entrevista nas páginas 8 e 9).
Paulo Rocha
Se, em cada manhã (quando o ritmo das notícias era pautado pelas edições matutinas) ou em cada instante (nos tempos da informação em redes virtuais) as rotinas dos media giram em torno de uma notícia principal – a manchete -, o decurso da história tem num acontecimento o momento radicalmente novo e inaugurador de uma nova ordem. Encontra no facto da ressurreição a grande manchete da humanidade, por instalar a certeza de que a morte não é o “fim da linha”, que há um sentido para além das contingências, um horizonte mais largo, um limiar de futuro depois do limite dos dias “desta vida”.
Terei de reconhecer que a evocação desta manchete única em toda a história da humanidade raramente mereceu um retorno que fosse além do “obrigado, igualmente!”, quando encontraria nesse argumento razão suficiente para admitir a possibilidade do seu realismo e da centralidade que tal acontecimento tem na história, sempre dita antes ou depois do ressuscitado.
É, por isso, com alguma insistência que retomo a figuração jornalística para falar da ressurreição, especificamente da forma como se comunica, em cada época, essa grande manchete de todos os tempos.
Sendo o acontecimento central na relação de Deus com a pessoa humana, está amplamente estudado pela teologia, referenciado no percurso dos livros da Bíblia e sentido por tradições da espiritualidade cristã. Mas não surge como “marca” do cristianismo. E a evocação do tema ressurreição surge sempre como uma das etapas de um percurso sofredor – paixão, morte e ressurreição – e não como um momento inaugurador, do querer de Deus para a vida humana e de intervenção do Senhor na história.
Ao despertar de forma decisiva a experiência religiosa em cada pessoa e em cada comunidade, o acontecimento da ressurreição interpela também comunicadores a acentuar essa novidade na história das religiões. E desafia o marketing, a imagem, as linguagens.
A provocação estimula quem olha cada circunstância como oportunidade para ativar a criatividade e inventar novas formas para dizer verdades de todos os tempos, assumindo que “há ainda mercado para falar da ressurreição ao mundo” (ver entrevista nas páginas 8 e 9).
Paulo Rocha