Seguindo a tradição ininterruptamente seguida há 81 anos, Hollywood vestiu-se de gala para atribuição dos Prémios da Academia, universalmente conhecidos como Oscars. Esta última designação, nunca bem explicada, deu origem a diferentes histórias. Entre as mais curiosas conta-se, mas não há confirmação, que numa dada atribuição dos Prémios da Academia, ao ver a esguia estatueta que ainda hoje perdura alguém gritou da plateia: “Parece o meu Tio Óscar!”. Verdade ou mentira, o nome ficou e a ambição em a obter não pára de crescer. 2009 não trouxe grandes surpresas, sem prejuízo de algumas viragens profundas entre as nomeações e as atribuições. A mais notável foi o caso de “Estranho Caso de Benjamin Button”, com 12 nomeações em que se incluíam as principais categorias e veio, afinal, a contar apenas com 3 prémios que nem sequer se incluem nos de maior relevo. Quem Quer Ser Bilionário?, o grande vencedor, viu confirmadas 8 das suas 10 nomeações, o que não só corresponde a uma elevada percentagem de sucesso como inclui as categorias de Melhor Filme e Melhor Realizador. Os membros da Academia terão sido certamente sensíveis à análise social da vida dos mais pobres, às suas ambições – por vezes diferentes das que aparentam – e à incompreensão que encontram na sociedade. A narrativa, inverosímil, tem de ser entendida como uma fábula ou uma parábola, o que certamente terá acontecido por parte dos que o elegeram de forma indiscutível como o grande filme do ano, entre as obras em língua inglesa. “Milk”, com 2 prémios em 8 nomeações foi uma desilusão para os seus responsáveis, enquanto “O Cavaleiro das Trevas”, igualmente com 2 em 8, teve a consolação de nestes dois ver incluído um actor, Heath Ledger, o que não deixará de lhe trazer algum realce. A festa não acaba aqui. Destes resultados depende a programação dos cinemas nos tempos mais próximos. E para o ano haverá mais… Francisco Perestrello