Paulo Rocha
O Papa Francisco assinalou os cinco anos do início do pontificado com jovens de todo o mundo. O motivo para comemorar não foi, no entanto, a primeira Missa pública, os gestos que marcam a inauguração de um pontificado e as mensagens que disse nesse dia de São José, em 2013. Antes um encontro inédito, com 300 jovens, para preparar a próxima reunião do Sínodo dos Bispos. Vai decorrer em outubro de 2018, em torno do tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Falar juntos é o propósito deste encontro, um projeto que tem na voz de cada participante o principal contributo para a reflexão sobre os jovens e a Igreja Católica. Uma forma nova de descobrir os problemas e os desafios das novas gerações e as questões que colocam às lideranças da comunidade crente católica, normalmente formuladas por quem tem o dever de responder, apenas. E tudo é para “levar a sério”, garante o Papa!
Ouvir os jovens é mais um capítulo na identidade participativa deste pontificado, a que correspondem passos dados na descentralização de uma instituição com 2000 anos. E mostra novamente que, mais do que realizar um sínodo, o Papa propõe um caminho sinodal, um ambiente de sinodalidade permanente na comunidade crente.
A realização da reflexão recente sobre a família em duas reuniões sinodais no Vaticano, as interpelações a todos os crentes, as conclusões dos bispos de todo o mundo e o documento proposto pelo Papa revelou, nesse contexto, que um sínodo é muito mais do que uma reunião de bispos de todo o mundo. E ainda mais o demonstrou quando, na exortação pós-sinodal, deixou capítulos em aberto, questões a fechar, caminho a percorrer. Afinal, é essa a marca da sinodalidade, da participação.
A realização de um sínodo sobre os jovens com os jovens parece alargar ainda mais esta participação e, nessa perspetiva, a sinodalidade. A tal ponto que todos os jovens do mundo podem dar a sua opinião, através das redes sociais, sobre a reflexão que reúne 300 que os representam, em Roma. Vejamos o que se segue, até outubro e sobretudo depois dele… Por certo que os resultados de todos os debates não vão ser só sentenças, antes caminhos abertos, a exigir descoberta e discernimento. Por cada jovem!
Quem diria que tantos apelos à maturidade passassem pela história dos últimos cinco anos…