Num contexto histórico caracterizado por uma série de mudanças e alterações nos modelos familiares, a Santa Sé continua a insistir na utilização do singular “A família cristã”. Esse será o tema do IV Encontro Mundial a celebrar-se de 23 a 26 de Janeiro, em Manila, na sequência de encontros anteriores em Roma, no Ano da Família, no Rio de Janeiro em 1997 e o do Ano do Jubileu, novamente em Roma. O delegado de João Paulo II para este encontro nas Filipinas, o Cardeal Alfonso López Trujillo, Presidente do Conselho Pontifício para a Família, irá presidir a quatro dias de reflexão e celebração sobre o tema “A Família Cristã: uma Boa Nova para o Terceiro Milénio”. Os falhanços e ambiguidades que rodeiam o conceito de família nas sociedades modernas colocam em discussão a sua razão de ser e o seu próprio significado, muito afastado da definição da sua fisionomia insubstituível e própria, fundada no projecto de Deus, como é afirmado na Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (n.47). Há um dado significativo que não passa despercebido: é no continente asiático, o mais populoso e o menos cristão, que se celebra a festa da família. O tema proposto por João Paulo II para este Encontro concretiza-se, assim, enquanto força evangelizadora e proclamadora da Boa Nova. Neste contexto, percebe-se a intenção de mobilizar os cristãos para que anunciem, também, “a Boa Nova a respeito da família”: o Cardeal Trujillo insiste na afirmação de que “para nós o matrimónio não é apenas património da humanidade, mas Sacramento, pelo que não se trata da defesa da família como instituição tradicional, mas da sua elevação a projecto divino”. O IV Encontro Mundial das Famílias deverá contar com a participação de perto de 2 milhões de pessoas e o Papa marcará a sua presença através da ligação de “Mundovision”: pelos ecrãs da Televisão chegará a sua mensagem e acompanhará o evento.
