A espiritualidade por detrás do trabalho social

Normalmente as Jornadas Sociais da Companhia de Jesus dirigem-se a grupos mais restritos, mas “a necessidade de tocar mais pessoas e possibilitar o conhecimento da espiritualidade própria da companhia de Jesus”, abriu a participação a um público mais vasto possibilitando a reflexão sobre a “Espiritualidade do Apostolado Social”. O trabalho social pode ter já uma espiritualidade própria, mas “não se toma consciência da riqueza da obra onde as pessoas trabalham. Não se trata apenas de tomar consciência do que está por detrás desse trabalho mas também a forma como se pode melhorar a qualidade do serviço”, explica à Agência ECCLESIA o Padre Paulo Teia, responsável pelo encontro. Alguns convidados juntaram-se às Jornadas para ilustrar formas de como, na sua vida concreta seja como leigos ou consagrados, “a espiritualidade teve uma importância fundamental enquanto condutora de opções de vida que fizeram”, como foi o caso de Rui Marques, do Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas que sublinhou a importância da espiritualidade “nas opções que foi fazendo ao longo da sua vida, num testemunho muito marcante para os presentes”, mas também do testemunho de uma médica que “estabeleceu um vinculo pessoal com os Jesuítas, não sendo consagrada”. A espiritualidade da Companhia de Jesus “é muito ampla e toca um grande número de trabalhos”, evidente na forma como se executam. A Companhia de Jesus, em Portugal não é associada ao trabalho social, sendo mais conhecida pelo trabalho universitário, mas há “um trabalho significativo a nível social”, elucida o Pe. Paulo Teia. Exemplo disso são as 11 paróquias que os Jesuítas assumem no nosso país. Na companhia sempre foi um prioridade “dar lugar ao serviço social e aos mais desfavorecidos”. O Serviço Jesuíta aos Refugiados é outra forma de resposta para o serviço, ou mesmo a ONG “Leigos para o Desenvolvimento”. O encontro procurou o tom reflexivo, mas não descurou os desafios a lançar aos participantes. Estas jornadas possibilitaram partilhar as acções que se desenvolvem, entre muitos que não se conheciam, de forma “a trocar experiências e possíveis contactos”. Fica a promessa de voltar a organizar as Jornadas Sociais neste molde, “com uma regularidade bienal, alternando com a organização de jornadas sectoriais”, adianta o Pe. Paulo Teia.

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