A Esperança que Alcança – Testemunho do Venerável Pe. Manuel Nunes Formigão

D. Nuno Almeida, Bispo de Bragança-Miranda

Introdução

Num mundo em ebulição e com a humanidade a viver uma “terceira guerra mundial aos pedaços”, o Papa Francisco encoraja a Igreja a revalorizar, cultivar e a testemunhar a terceira virtude teologal: a Esperança. Com esta finalidade publicou a Bula de Proclamação do Jubileu 2025 – Spes non confundit A Esperança não engana, onde começa por dizer: “a quantos lerem esta carta que a esperança lhes encha o coração”. E acrescentou: “a vida é um caminho que precisa de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança” (n. 5).

O Jubileu é um destes eventos oferecidos, neste nosso tempo, para não cairmos na tentação do pessimismo e do desencorajamento que geram resignação e preguiça, ao passo que a esperança acende o desejo e leva a ação. Queremos, portanto, viver e celebrar o Jubileu como “peregrinos de esperança”, percorrendo um caminho que nos afaste da rotina e do deixar correr e nos torne mais audazes no pensar, sentir e agir.

Não se pode viver sem esperança num amanhã melhor. A esperança, a mais pequena das virtudes, mas a mais forte, convida-nos a olhar com olhos novos a nossa existência, sobretudo nos momentos difíceis e a ver a através dos olhos de Jesus, o autor da nossa esperança. A esperança não é simples ilusão, mas uma virtude concreta que nos ajuda a superar os desafios da vida. É preciso que nos interroguemos sempre se somos realmente homens e mulheres de esperança. O que podemos fazer para que cresça em nós esta virtude?

(1)Na senda do Jubileu de 2025, dedicado à Esperança, precisamos de modelos que nos ensinem os trilhos duma expectação confiante. Temos necessidade de rostos de esperança!

Olhamos, por isso, para a vida do Padre Manuel Nunes Formigão e constatamos como ele viveu esta virtude de forma tão sublime e intensa. A virtude da Esperança faz parte do universo espiritual do P. Formigão. Ela emerge nos seus discursos, nos seus escritos e nas suas atitudes, sobretudo quando experimenta a contingência do corpo, muitas vezes, doente, e das circunstâncias, muitas vezes adversas. A entrega incondicional à vontade de Deus caracterizava a fé e a esperança deste sacerdote, que com um coração verdadeiramente filial sabia aceitar toda a sorte de acontecimentos e ver neles a mão da Providência de Deus.

Em todas as circunstâncias e até ao fim da sua vida, o P. Formigão procurou manter-se fiel à vontade de Deus, aceitando com espírito sobrenatural os sofrimentos físicos e morais como vindos da parte do Senhor. Soube cultivar as virtudes da alegria, da serenidade e da paz, e espalhar a esperança à sua volta, procurando fazer felizes os outros. Sem se desviar da meta nos momentos mais duros e difíceis, não só não dava provas de enfraquecimento na esperança, mas a infundia nos outros. Tinha o dom de saber levar a cruz a sorrir.

No contexto do Jubileu da Esperança, queremos, neste encontro, recordar a vida, o legado e o testemunho heroico de esperança do Pe. Manuel Nunes Formigão.

Esta heroicidade de virtude foi confirmada pelo Papa Francisco a 13 de abril de 2018 com a promulgação do Decreto que reconhece as suas virtudes heroicas, tornando o “Venerável P. Formigão, modelo de Fé, Caridade e Esperança para todos“.

 (2)A esperança foi, de facto, “ancora” nas provas da vida do Pe. Formigão. A esperança foi “vela” nos sonhos e projetos do seu fecundo ministério sacerdotal.

Prestaremos especial atenção ao testemunho do Pe. Formigão com os jovens e ao seu ministério na diocese de Bragança Miranda.

 

1.A “ancora” da esperança nos momentos de prova

O P. Formigão nasceu no Convento de Cristo, em Tomar, a 1 de janeiro de 1883, numa família cristã, e a 18 de janeiro recebeu o batismo. Sentindo a vocação para a vida sacerdotal, no ano de 1895 entrou no Seminário Patriarcal de Santarém e, sucessivamente, foi para Roma, para completar os estudos na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde obteve a licenciatura em Direito Canónico e em Teologia. Foi ordenado sacerdote a 4 de abril de 1908.

Regressado a Santarém, foi nomeado professor no Seminário Patriarcal e no liceu Sá da Bandeira.

Entre as suas primeiras atividades, fundou a associação Nun’Alvares, precursora da Ação Católica em Portugal, tendo exercido um apostolado fecundo com a juventude.

Quando, em 1918, o país foi atingido por uma epidemia (a pneumónica), o P. Formigão, juntamente com os jovens da Associação, prestou serviço aos doentes e às famílias, distribuindo remédios e alimentos, e a todos assistência espiritual.

No período das aparições da Virgem Maria em Fátima, num primeiro momento, a atitude do P. Formigão foi de ceticismo; mas, depois de um encontro com os videntes, modificou totalmente a sua opinião e Fátima passou a entrar dentro da sua vida; e mais ainda, acompanhou os videntes nos momentos de sofrimento e na sua educação. Os Pastorinhos tiveram no P. Formigão o suporte e o defensor. Deles foi mestre e deles se tornou discípulo. Depois dos estudos em Roma e da sua experiência no santuário de Lourdes (1909), ninguém como ele estava em condições de interpretar e apresentar o que durante seis meses ocorrera na Cova da Iria.

No ano de 1926, depois de muita oração e discernimento, fundou em Lisboa a Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima, dedicada à reparação e à contemplação.

Em 1934, o Servo de Deus pediu a sua transferência para Bragança. Aqui foi nomeado docente do Seminário e, de 1939 a 1943, Reitor do mesmo. Neste período realizou um apostolado fecundo na área social e caritativa. Em 1937 fundou a revista Stella e fez muitas conferências sobre Fátima. Em 1940 fundou o jornal O Mensageiro de Bragança.

No ano escolar de 1943-1944 colaborou com o Arcebispo de Évora na direção do Seminário.

No ano de 1944, vários motivos de saúde obrigaram-no a transferir-se para o Porto, onde exerceu o seu ministério como capelão da Casa do Imaculado Coração de Maria, dedicando-se ao sacramento da reconciliação e também à direção espiritual do Instituto da Reparação e à expansão do mesmo. Em 1954, deixou a diocese de Porto para se transferir para Fátima, onde morreu a 30 de janeiro de 1958.

O perfil espiritual do Servo de Deus define-se com grande evidência no horizonte da santidade. Ele encarnou com coerência a figura do Bom Pastor, que não só serve o rebanho, mas partilha com os fiéis o caminho do sofrimento e da esperança. (3)Incansável em qualquer situação, o Padre Manuel Formigão desempenhou o ministério com perseverança e generosidade. A sua vida interior alimentava-se quotidianamente numa fervorosa espiritualidade eucarística e na devoção à Virgem Maria, que lhe permitia perceber com clareza e serenidade o sentido dos eventos pessoais, sociais e eclesiais. Nas circunstâncias mais difíceis manifestou uma grande força de ânimo: inabalável era nele o confiante abandono à vontade de Deus e a fidelidade incondicional ao Evangelho.

 

2.A virtude da esperança “vela” impulsionadora do ministério sacerdotal

Os fenómenos de Fátima, em 1917, surgem como um sol de esperança que dava sentido à vida do P. Formigão e à história de um povo, tão duramente provado pela guerra civil, pela guerra mundial e pela epidemia da pneumónica. Acompanhando a sucessão dos acontecimentos, pedra a pedra, o P. Formigão foi um verdadeiro “construtor” de Fátima, com interrogatórios minuciosos, com visitas frequentes, com relatos e crónicas, com livros e artigos, com a palavra escrita e oral.

Além dos primeiros escritos sobre Fátima, do Estudo Apologético dos Videntes e do Processo Canónico sobre as aparições, o P. Formigão deixou uma vasta bibliografia sobre Fátima sob o pseudónimo de Visconde de Montelo.

(4)Deixou escrito que “a esperança cristã baseia-se na fé em Deus que cria sempre novidades na vida do homem, cria novidades na história, cria novidades no cosmos. O nosso Deus é o Deus que cria novidades, porque é o Deus das surpresas. A graça põe em nós esperanças, esperanças infinitas e energias maravilhosas. A esperança é a confiança filial, a entrega total a Deus” (Padre Formigão, Escritos espirituais).

Apesar de todas as vicissitudes de que a vida do P. Formigão foi tão pródiga, sobressaíam nele as virtudes da alegria, da simplicidade, da serenidade e da paz, como modos de estar e de espalhar a esperança à sua volta, procurando fazer felizes os outros. Sem se desviar da meta, nos momentos mais duros e difíceis, o P. Formigão não só não dava provas de enfraquecimento na esperança, mas a infundia nos outros. Levava a cruz a sorrir. No meio das provas e sofrimentos morais, era um grande homem de esperança, de confiança inabalável no Senhor e na Senhora.

O carisma de Fundador do Pe. Formigão nasceu de três coordenadas: a mensagem de Fátima, a situação histórica da nação portuguesa e a sua inserção na Igreja. O ponto fulcral dessa convergência, certamente movido por uma viva luz interior do Espírito Santo que ilumina os Fundadores, como acentuou Pio XII, foi a necessidade de reparação, facto que ele ligava intimamente também ao pedido de oração e penitência das Aparições de Fátima. Essa necessidade de intensa reparação, foi nele despertada e sustentada pelo segredo da Jacinta e desde então o Fundador sentiu a “inspiração” de lhe dar forma institucional.

Por isso vem escrito logo no princípio das Constituições do novo Instituto: “O fim especial da Congregação das Religiosas Reparadoras de Fátima é a reparação das ofensas que se cometem contra Deus e o seu amor para com os homens“.

À sua chegada a Bragança o P. Formigão passou a residir no Paço Episcopal, e iniciou as suas atividades como secretário particular do Sr. Bispo, oficial da Cúria e professor do Seminário nas disciplinas de Direito Canónico, Filosofia, História Eclesiástica, Ascética e Mística e Liturgia, a diferentes anos. Além destas atividades académicas às quais se devem acrescentar algumas aulas de tempos a tempos no Liceu Emídio Garcia, a força apostólica aqui, como em Santarém, desdobra-se em muitas outras.

É nomeado assistente diocesano da Acão Católica, e trabalha principalmente com a juventude. Trabalhou imenso com a juventude. Trabalhou também muito com as crianças. Tomou a seu cuidado a orientação espiritual das Filhas de Maria; deu muitos retiros e organizou vários teatros para as crianças e os jovens.

Em Bragança, começa por se dirigir aos mais necessitados e para eles funda e mantém dois patronatos: um para meninos, o qual começa a funcionar no dia 13 de junho de 1935 e que toma o nome de Santo António; o outro para meninas com o nome, para ele tão querido, de Nossa Senhora de Fátima. Estes patronatos eram sumamente benéficos, porque não só alimentavam os mais necessitados, mas também lhes proporcionavam a primeira instrução cívica e religiosa.

Contudo, um dos apostolados que mais exerceu em Bragança, embora sempre o tivesse especialmente praticado, foi o oculto, mas eficacíssimo apostolado do confessionário. Desse seu esmerado cuidado pela cultura das almas de eleição, nasciam muitas vocações à vida consagrada, sacerdotal e matrimonial.

Além de todo este apostolado, o seu trabalho de escritor prosseguia ainda mais vigorosamente. À preparação de novos livros como “O que é Fátima” e “Fé e Pátria”, acrescenta as célebres contribuições para a “Voz da Fátima”, de que foi sempre fiel colaborador. Nem podia faltar a fundação de uma nova publicação periódica: “O Mensageiro de Bragança”, cujo primeiro número aparece no dia 1 de janeiro de 1940, sendo ele mesmo o Diretor. Além de Diretor era sobretudo o redator principal e às vezes quase único. Os seus artigos, breves, mas densos de doutrina, sobretudo no aspeto moral e dogmático, eram muito esclarecedores. Naturalmente também não esquece um apostolado que lhe era muito querido: propagar a devoção a Nossa Senhora de Fátima.

As pessoas simples, os jovens, os seminaristas, e os sacerdotes eram atraídos pela bondade, amabilidade e simplicidade que transparecia em todo o seu ser.

(5) O Bispo de Bragança, D. Abílio Vaz das Neves, dá dele o seguinte testemunho: “Foi para mim uma alegria, um conforto, uma esperança, uma graça bem especial, ter encontrado na diocese, que não conhecia, o Sr. Cónego Formigão. No tempo em que foi meu comensal, tive ocasião de conhecer em S. Rev.cia um amigo fiel, leal, culto e de uma piedade sólida a toda a prova: um mestre colaborador na renovação da diocese havia três anos sem pastor. Naquele tempo sobressaía na cidade o fruto do seu zelo, oculto e seguro, entre as elites de homens e senhoras”.

É bom realçar que era um sacerdote de doçura e de mansidão, à maneira de S. Francisco de Sales e de João XXIII. Mas, ao mesmo tempo, tinha uma fortaleza de vontade e uma firmeza de atitudes que não permitiam que ele se afastasse um milímetro do que estava certo ser a Vontade de Deus.

Muito teve de trabalhar e sofrer, como Apóstolo de Fátima, como fundador da Congregação das Religiosas Reparadoras de Fátima e da revista “Stella”. Mas ele era totalmente sacerdote. E traçava armas por Maria e pela sua mensagem.

O sofrimento que o prostrou nos últimos anos fez dele uma grande vítima reparadora, na linha dos pastorinhos que tanto rezaram e sofreram para que as almas não fossem para o inferno. E assim, de boca muda, pregava também a sua última e inesquecível lição às suas diletas filhas espirituais, que são essencialmente reparadoras, e que têm a seu cargo o Lausperene de Fátima, que ele tanto desejou ver durante a vida.

 

3.Mestre da juventude

 (6) O P. Formigão procurou sempre estar próximo dos jovens para lhes anunciar o evangelho e os acompanhar pelos caminhos da vida.

Teve sempre a coragem do anúncio do Evangelho aos mais jovens. O P. Formigão tinha o dom de acolher a verdade e o dom de dizer a verdade. Sabia que os jovens tinham sede de verdade. Procurou levar a sério esta sede de verdade dos jovens e anunciar-lhes a verdade que é o Evangelho.

Num mundo repleto de “fake news” e dominado pela post-verdade somos hoje chamados a ser a portadores do “grande anúncio a todos os jovens” (cfr. ChV 111-133), imitando o P. Formigão.

Não faltou nunca, no ministério do P. Formigão a discrição do acompanhamento. Entrou na escola de Jesus e com Ele aprendeu a caminhar com os jovens, abrir-lhes a mente e aquecer-lhes o coração, e depois desafiá-los a tonarem-se adultos, a tomar corajosamente nas mãos a sua vida.

É grande a responsabilidade de aprendermos com o P. Formigão a dar espaço aos jovens, a acompanhá-los sem os substituir, por um caminho libertador, fecundo e vivificante. Como Jesus, o P. Formigão reanima, reaviva, reabilita a liberdade, porque exercita plenamente a sua autoridade: não quer outra coisa senão o crescimento dos jovens, sem qualquer possessividade, manipulação ou sedução.

 

Concluindo

O Papa Francisco entrelaça a esperança e a misericórdia como chave de leitura da aventura humana, especialmente para este nosso tempo de cerrado nevoeiro de incertezas, ameaças e violências, em que a fé tem algo de decisivo a oferecer, convidando à abertura do coração e à confiança na presença amorosa de Deus que guia os passos e dá sentido e sabor à vida de todos os homens e mulheres de cada época. Como “Peregrinos de Esperança” percorramos o caminho da busca do sentido da vida e para redescobrir o valor do silêncio, do esforço e daquilo que é essencial para uma vida digna e feliz.

(7)A esperança autêntica é, em antes de tudo, dom recebido, que solicita apenas para ser reconhecida e acolhida. Enquanto graça, pede para ser acolhida e vivida com humildade. A verdadeira esperança é sempre humilde. Imitemos o P. Formigão, confiando toda a nossa vida a Maria, Mãe da Esperança. Ela ensina-nos a trazer dentro de nós Jesus, nossa alegria e esperança, e a dá-Lo aos outros.

(8)O P. Formigão foi um sacerdote servidor da Esperança. Atento às pessoas e famílias que viviam na tribulação e na ansiedade, derramando o óleo da consolação, fazendo-se samaritanamente próximo, servidor da vida, caminhando com o coração e o passo dos mais frágeis!

(9)O P. Formigão aprofundou sempre a convicção de que a sua tarefa principal era a de construir a igreja de Cristo. Por isso procurava, por onde serviu, tecer e refazer sempre os finos fios da comunhão: convidando, formando e apoiando colaboradores pastorais para os diversos serviços!

(10)Deixando-se guiar pelo Espírito, procurando crescer sempre na total disponibilidade e na alegria evangelizadora, o P. Formigão procurou por todos os meios lançar no coração de muitos a semente da Palavra de Deus, semente de alegria e de esperança, que ilumina e aquece a vida das pessoas, das famílias e da sociedade!

(11)O P. Formigão foi servidor da esperança, porque amava a terra, reconhecendo-a visitada todas as manhãs pela presença amorosa de Deus Pai. Era um homem de Páscoa, de olhar voltado para Reino de Deus, para onde a história humana caminha, apesar dos atrasos, das obscuridades e contradições.

(12)Obrigado, Senhor,
pelas pessoas luminosas do nosso caminho:
luzes que apontam sem cegar
e não se deixam apagar pelo desânimo das nossas resistências.
Umas vezes semeiam perguntas que nos desinstalam,
outras ensinam a atenção e sempre – mas sempre – convidam à generosidade:
nunca querem ser ouvidas senão para nos ensinarem a ouvir-Te,
dizendo: «Fala, Senhor, que o Teu servo escuta!».
Ensinando a escutar, ensinam o discernimento.
Porque sem discernimento, cultiva-se a confusão,
a crendice que concede credibilidade a tudo e a todos
e facilmente transforma em quase dogma
a primeira leviandade proclamada de peito cheio.

(13)Ensinando a escutar, ajudaram a compreender
que o discernimento não é mero bom senso,
mas um caminho de decisão em circunstâncias concretas
e na familiaridade com o Evangelho.
Espírito Santo, concede-nos e aprofunda também em nós,
como no P. Formigão, os dons do discernimento e da fortaleza,
para que sejamos sempre e por toda a parte semeadores de esperança!

Fátima, 05.04.2025
+Nuno Almeida
Bispo de Bragança-Miranda

(Os artigos de opinião publicados na secção ‘Opinião’ e ‘Rubricas’ do portal da Agência Ecclesia são da responsabilidade de quem os assina e vinculam apenas os seus autores.)

 

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