Vaticano organiza Congresso Internacional sobre a doença Iniciou-se hoje no Vaticano a XVIII Conferência Internacional promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, que terá como tema a depressão, doença de que sofrem 340 milhões de pessoas em todo o mundo. A Santa Sé pretende com esta iniciativa “conhecer a depressão para derrotá-la”, segundo o cardeal Javier Lozano Barragán, Presidente do Conselho Pontifício organizador. “A depressão é um dos grandes assassinos do mundo actual, diz-se que é a principal causa de mortes de nossa época”, afirmou o prelado. O que é a depressão, como a vê Deus e o que se deve fazer serão os pontos fundamentais destes dias de estudo nos quais intervirão, além do cardeal Lozano Barragán, o cardeal português José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e o cardeal Paul Poupard, presidente do Conselho Pontifício da Cultura. Segundo D. Barragán, a actual cultura pós-moderna “está vazia de valores, fundada no bem-estar e no prazer, e conta como meta suprema a ganância económica”. Apesar das vantagens tecnológicas e das descobertas científicas, o ser humano, explicou, “não é capaz de escapar do fantasma da morte” e sente-se dominado pela tristeza e pelo medo. “A morte é um perigo presente e futuro, que acentua muito a trepidação e que pode desembocar na depressão a todos os seus níveis. Esta é a razão pela qual pensamos que era urgente reflectir com profundidade sobre esta doença actual”, referiu. Na apresentação da Conferência Internacional, Joaquín Navarro-Valls – director da Sala de Imprensa do Vaticano e médico psiquiatra – advertiu sobre o risco da depressão, “uma doença diferente de estados de ânimo como a tristeza”. «Há coisas que o médico pode analisar no doente, mas não se curam somente com ‘Prozac’, serotonina ou elementos puramente biológicos», disse. Espera-se que amanhã João Paulo II receba em audiência os mais de 600 participantes nesta iniciativa.
