A defesa da vida no centro da Celebração Ecuménica

Católicos, Ortodoxos e Luteranos rezam na Sé de Viana A defesa da vida esteve o centro da celebração ecuménica, que na noite de quinta-feira juntou em oração, na Sé Catedral de Viana do Castelo, católicos, luteranos e ortodoxos, de onde saiu uma declaração “comum” pela vida e na qual se rejeita «a cultura da morte». Unidos na oração em torno da “cruz ecuménica jovem” e iluminados pelo círio que a acompanha, D. José Pedreira, Bispo de Viana do Castelo, o padre Vasyl Savchuk, do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla e o pastor Adalberto Hiller, da Igreja Luterana, afirmaram o amor e a defesa da «vida, em todos os seus estados, desde a sua concepção até à sua morte natural» sempre e em particular «no contexto actual da nossa sociedade». Na declaração comum está um convite a todos os jovens de Viana do Castelo «a trabalhar unidos, a rezar e a lutar para que a vida seja respeitada em Portugal, em prol da verdadeira dignificação do homem e da mulher e para maior glória de Deus único, vivo e verdadeiro». Durante o comentário à Palavra Sagrada, o Bispo de Viana do Castelo assinalou a necessidade de «tomar uma posição clara a favor da vida», advertindo para a responsabilidade de cada um diante de «tantas vidas inocentes sacrificadas no mundo inteiro» e nós com silêncio comprometedores. Por isso, referiu, «importa romper os silêncios» e adequar a nossa linguagem para «proclamar os direitos de toda a pessoa humana» que deverá traduzir-se em «acções concretas de solidariedade». Para avançar, frisou, é preciso uma atitude de «conversão interior» para que se possa dar à humanidade o testemunho da «nossa unidade» tornando-se cada fiel um «mensageiro activo e sem temor da Boa Nova de Cristo, a única capaz de dar a resposta que a sociedade de hoje necessita». «Que esta celebração – pediu o Prelado vianense – nos torne mais fortes, mais capazes, mais unidos para levar ao mundo esta mensagem» de glória do Senhor da Vida. O pastor Adalberto Hiller começou por assinalar que apenas Cristo, «que faz tudo bem feito», é o único capaz de curar da «descrença», a doença da falta de fé que hoje se vive. Numa vida com os dias contados, muitos esquecem-se que são companheiros de vidas, mas também companheiros de morte, uma realidade que apenas a conversão interior através da adesão a Cristo pode mudar a perspectivar abrindo à eternidade da vida. Esta é uma consequência da nossa surdez, defendeu, que impede de “escutar” uma proposta de vida e de amor. Segundo o pastor Adalberto é preciso «ouvir muito e fazer muito silêncio» para em seguida «falar das coisas do alto com conhecimento» a fim de que não se dê o caso de «falarmos quando devíamos estar calados» ou «estarmos calados quando devíamos falar» é que «há silêncios criminosos e gritos da mesma espécie». O padre Vasyl Savchuk deixou um apelo: purificar o olhar em ordem a ver nos outros «um seguidor de Cristo» e que a vida de cada pessoa possa ser vivida «na paz e na caridade». Este celebração ecuménica liderada pelos jovens, que aqueceram a gélida noite com os seus cantos, terminou com os participantes a mergulharem as mãos em “água de rosas” para que, simbolicamente, a actividade dos cristãos no mundo seja como o perfume: não se vê, mas sente-se.

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