A crise da Igreja tem origem numa “fé fraca” Para o cardeal Joseph Ratzinger a crise que a Igreja atravessa, particularmente nos Estados Unidos, deriva de “uma fé fraca” que deve ter como resposta a “conversão” e “um ensinamento moral claro”. Afirmações do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, considerado um dos mais importantes teólogos contemporâneos, numa entrevista concedida ao director de notícias do canal de televisão EWTN, Raymond Arroyo, que será transmitida no dia 5 de setembro. Segundo o purpurado alemão, a causa fundamental da crise que o cristianismo atravessa tem um “elemento geral”, “a fraqueza dos seres humanos, inclusive dos sacerdotes”. “Creio que o ponto essencial é uma fé débil” – destacou. Na entrevista refere que existem dois aspectos essenciais: “conversão a uma fé profunda com uma vida de oração e sacramentos, e um ensinamento moral claro em conexão com o ensinamento que a Igreja recebeu do Espírito Santo e que pode mostrar-nos o caminho” Perante as críticas de quem contesta a voz da Igreja católica em temas como a sexualidade ou o reconhecimento das uniões homossexuais, o cardeal responde: “Creio que, ainda que a nossa cultura esteja contra o matrimónio como forma essencial das relações entre o homem e a mulher, a nossa natureza está sempre presente, e podemos compreender” (a postura da Igreja). “Espero que seja possível um diálogo sincero e aberto” com as pessoas que compreendem “a nossa natureza”: “o homem e a mulher foram criados um para o outro” – recorda. No programa televisivo, este purpurado de 76 anos enfrenta também a questão da sua possível renúncia ao cargo. “Sim, desejei retirar-me em 1991, em 1996 e em 2001, pois tinha a ideia de escrever alguns livros e de voltar aos meus estudos, como fez o cardeal Martini (arcebispo emérito de Milão). Mas, ao ver o sofrimento do Papa, não pude dizer-lhe: “retiro-me para me dedicar a meus livros… Tenho que continuar”.
