D. Jorge Ortiga lembra vítimas da discriminação, do desemprego e da fome
Braga, 19 dez 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga alertou na sua mensagem para o Natal deste ano que é necessário combater o “pecado original do consumismo” e ajudar as lembra vítimas da discriminação, do desemprego e da fome.
“O consumismo é uma mentalidade subtil que, para sermos felizes, exige-nos ter todas aquelas coisas que a sociedade e a publicidade nos incitam a ter, sob o pretexto de estarmos atualizados, na moda e no ranking da sociabilidade. E aí, quando já damos mais valor às coisas do que às pessoas, este pecado torna-se mortal, porque mata a convivência humana”, refere D. Jorge Ortiga, num documento enviado hoje à Agência ECCLESIA.
O prelado divulgou a sua mensagem de Natal também através do canal de partilha de vídeos na internet YouTube.
O texto recorda, em particular, “as famílias, os desempregados, os emigrantes que regressam nesta época natalícia, os doentes, os idosos e aqueles que, porventura, já deixaram de acreditar em Deus”.
Segundo o arcebispo de Braga, o “maior risco do tempo de Natal” é transforma esta festa numa “ocasião de pecado em prol de um consumismo desenfreado”, em vez de uma oportunidade para exercer “a bem-aventurança da misericórdia”.
“Nós fomos criados para a misericórdia e o melhor exercício de misericórdia que podemos produzir é ajudar a ‘calçar’ os inúmeros pés descalços que circulam pela nossa sociedade: os pés calejados pela discriminação, os pés feridos pelo desemprego e os pés ensanguentados pela fome”, precisa.
D. Jorge Ortiga, também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, convida os portugueses a acender na véspera de Natal a vela que a Cáritas Portuguesa tem distribuído pelo país, num gesto pela paz, e recordar os “pés descalços” que reclamam “uma vida nova”.
“Impõe-se que descentralizemos a nossa atenção: fixemo-nos menos em nós e mais nos outros”, escreve.
O arcebispo de Braga sustenta que “urge acreditar que da crise pode surgir uma nova oportunidade, válida para industriais, comerciantes, para quem oferece trabalho ou o pode criar”.
“É hora de arriscar e não ter medo”, apela.
OC
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