A catequese da infância é uma necessidade urgente

Afirmou o Bispo de Viana na Assembleia Diocesana de Catequistas A demissão dos pais e da família no campo da educação da fé, nos tempos actuais, faz da catequese da infância uma «necessidade urgente», defendeu ontem, em Ponte da Barca, o Bispo de Viana na Assembleia Diocesana de Catequistas. Durante esta Assembleia, constituída por cerca de duas centenas de catequistas provenientes dos dez arciprestados da diocese, D. José Pedreira defendeu uma «catequese para todos», sublinhando que a «formação continuada da fé dos adolescentes» é exigida pela «mudança de idade» que os dota de «novas capacidades para entender mais profundamente as verdades da fé», fruto da presença de uma nova linguagem que advém da «capacidade abstracta». Esta nova situação «requer uma revisão dos conteúdos» e dada a instabilidade própria desta fase etária, defendeu o prelado, «requer catequistas com boa formação cristã, com experiência e pacientes para acompanhar a alternância de humor dos adolescentes». D. José Pedreira não duvida que, passada essa fase, estes adolescentes dão ao catequista «consolações e alegrias indescritíveis». «Promissor» é como o Bispo de Viana classifica o campo da «formação dos jovens», alegando que andam «cansados da secularidade e da cultura do vazio» e, por isso, «muitos regressam à procura de valores permanentes» que lhes dêem «sentido para a vida». Finalmente, e para colmatar a que não lhes foi ministrado até este momento, D. José Pedreira diz que é necessário estruturar uma formação básica da fé dos adultos (pais). O Bispo de Viana do Castelo alertou para a necessidade da família adquirir uma cada vez maior consciência de que é o «berço da fé». No entanto, relembrou, a família deve constituir-se «não só em agente de evangelização e transmissão da fé», mas ela própria deve «considerar-se também destinatária de evangelização». Para que esta “Igreja doméstica” cumpra cabalmente a sua missão, exige-se, no dia-a-dia dos pais e de outros familiares, mais do que palavras, uma «conduta» que leve à aprendizagem dos «primeiros valores cristãos». A «fé conscientemente assumida no ambiente familiar» é um «contributo insubstituível» para o «crescimento e maturação de fé dos adolescentes e jovens», capaz de «contrariar as forças adversas que a cultura actual propala com persistente militância», explicou o prelado. D. José Pedreira alertou ainda para «as novas situações da vida» e os «novos compromissos sociais e familiares», que requerem uma «vida cristã sempre em renovação», o mesmo devendo acontecer com a Igreja. Durante a manhã, depois dos trabalhos terem sido transferidos do santuário de Santa Rita para o pavilhão municipal de Ponte da Barca – por causa da chuva invernal que se fez sentir –, o director da Faculdade de Teologia-Braga abordou as questões da transmissão da fé, a especificidade da catequese infantil e a formação. João Manuel Duque começou por abordar o processo de «recepção da fé e da transmissão», que é «permanente e multiforme». Este professor de Teologia sublinhou que ter fé significa tê-la recebido e transmiti-la, mesmo sendo a uma «atitude pessoal». A catequese, assinalou, corresponde, sobretudo, ao momento da «instrução» ou «aprofundamento doutrinal», mesmo englobando outros elementos. Depois de ter falado da «especificidade da catequese infantil», abordando a questão da transmissão dos valores e da iniciação simbólico-ritual e da iniciação doutrinal, deteve-se na formação contínua. Neste domínio falou da formação litúrgica e da formação teológica, adiantando que são fundamentais face às exigências da actualidade, dadas as características da cultura contemporânea. Por outro lado, esta exigência da formação doutrinal permanente está ligada ao «inesgotável» conteúdo da fé. João Duque apontou como exemplo a necessidade de um conhecimento mais aprofundado da Escritura e dos grandes textos da Tradição.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top