A Cadeira de São Pedro

Símbolo de uma Igreja congregada e apelo à unidade de todos os cristãos, remonta a 370 a inscrição atribuída a São Dâmaso, referente à existência de uma cadeira portátil considerada a cátedra do Apóstolo

“Símbolo de uma Igreja congregada e apelo à unidade de todos os cristãos (…) retoma um dos símbolos mais antigos do ministério episcopal”

 

A Igreja comemora amanhã, dia 22 de fevereiro, a festa da Cadeira de São Pedro. Já celebrada em Roma desde o século IV, símbolo de uma Igreja congregada e apelo à unidade de todos os cristãos, remonta a 370 a inscrição atribuída a São Dâmaso, referente à existência de uma cadeira portátil.

Considerada a cátedra do Apóstolo, dela restam hoje pequenas relíquias em madeira, conservadas na basílica de São Pedro, na célebre cátedra barroca, projetada por Gian Lorenzo Bernini.

Do grego kathedra, retoma um dos símbolos mais antigos do ministério episcopal, do magistério do bispo e da sua própria autoridade pastoral, designando o assento que lhe é reservado na diocese, a sua cadeira na igreja-mãe de todas as outras – a catedral.

Situada por norma ao fundo da abside, de modo a que o bispo possa ver e ser visto pela sua comunidade, tem-se perdido no tempo como símbolo central na emulação do cerimonial litúrgico.

Neste dia em que a Igreja celebra a cátedra do Apóstolo, vale a pena resgatar do esquecimento um raríssimo exemplar de cadeira episcopal gótica em Portugal.

A cátedra quatrocentista da igreja da Colegiada de Santo Estêvão (efémera catedral, quando Valença foi administração eclesiástica independente), “huma cadeira antiga para os Bispos que ali se achassem administrado esta terra de entre Lima & Minho”, que importa conhecer, estimar e valorizar.

Sandra Costa Saldanha

 

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