A arte deve muito ao Cristianismo, lembra o Papa

João Paulo II lembrou hoje que a arte, em todas as suas manifestações, deve muito ao Cristianismo. “Poderia a humanidade de hoje gozar de um património artístico tão vasto se a comunidade cristã não tivesse encorajado e apoiado a criatividade de numerosos artistas?”, pergunta o Papa na mensagem à IX Assembleia pública das Academias Pontifícias. “A Igreja, em dois mil anos de história, percorreu de muitos modos o caminho da beleza e encorajou, inspirou e acompanhou a arte e os artistas no campo da arquitectura, da escultura, da pintura, da miniatura, das obras musicais, literárias e teatrais”, diz o texto. O encontro, que juntou cardeais, embaixadores, sacerdotes e religiosos das sete Academias, teve como tema “O Caminho da Beleza” e outorgou duas distinções: o prémio anual das Academias foi entregue à Abadia Beneditina de Keur Moussa, Senegal; uma medalha do Pontificado foi dada à “Ipotesi Cinema”, escola cinematográfica de Roma. João Paulo II agradeceu aos artistas pela actividade que desenvolvem e pediu-lhes que promovam “um novo humanismo cristão”, classificado pelo Papa como “um itinerário de diálogo e de paz entre os povos”. O Papa escreveu no nº 14 da sua “Carta aos artistas” que “pelo contacto com as obras de arte, a humanidade de todos os tempos – a de hoje igualmente – espera ser iluminada a respeito do seu caminho e do seu destino”. No seu longo Pontificado, João Paulo II tem revelado uma concepção nobre da obra artística que vai para além do simples ornamento – como se a arte fosse uma actividade supérflua -, para a colocar como actividade própria da essência humana.

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