A ansiedade é uma desesperança

José Luís Nunes Martins

A ansiedade nasce do medo de que o futuro nos traga más surpresas. É uma espécie de desespero. Opõe-se à esperança e à confiança.

É certo que o mundo é incerto, pelo que o otimismo em demasia pode revelar-se como pouco sábio.

Quem é o protagonista da minha vida? Eu ou as minhas circunstâncias? Até que ponto sou responsável por aquilo que hei de viver? Dependo apenas do que acontece à minha volta? E se tudo depender de um equilíbrio entre mim e o mundo e eu desistir antes de fazer a minha parte?

Se me limito a esperar o que me dá o mundo e os outros… como se eu fosse um réu a quem só resta aguardar pela sua sentença, então desisto de definir o meu destino.

A ansiedade é, muitas vezes, uma doença, uma condição em que a vontade se volta contra si mesma. Importa conhecê-la, identificar os pontos fracos dos seus mecanismos e, com ajuda, combatê-los, sem esperar resultados imediatos, mas também sem desistir da luta.

Tudo o que nos sucede espera, de alguma forma, por uma resposta nossa. Não sou responsável pelo que me acontece, mas serei sempre chamado a decidir o que hei de fazer com isso.

Se não tenho confiança em mim, entrego-me, sem luta, às mãos das circunstâncias, que pouco costumam importar-se com quem afetam. Nesse ponto, a ansiedade ganha terreno, porque se não vou lutar, é ainda mais provável que a perca as batalhas.

Importa acreditarmos em nós mesmos e na nossa capacidade de fazer face às adversidades da existência. Tal como um pescador que se julga — e se torna — capaz de enfrentar ventos e marés, é dessa força, mais do que da sorte com as redes, que dependerá o sucesso da sua pesca.

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