Projeto apoia atualmente milhares de crianças, jovens e idosos mais carenciados
Neves, São Tomé e Príncipe, 22 fev 2018 (Ecclesia) – A Obra das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição em São Tomé e Príncipe recebeu esta quarta-feira a visita de Marcelo Rebelo de Sousa.
No âmbito da viagem que está a empreender àquele país lusófono, o presidente da República Portuguesa foi conhecer um projeto que apoia atualmente milhares de crianças, jovens e idosos mais carenciados, localizado na cidade de Neves, a cerca de 30 quilómetros da capital São Tomé.
Em entrevista hoje à Agência ECCLESIA, a irmã Lúcia Cândido, há 18 anos em São Tomé e Príncipe e responsável pela referida Obra, destacou o significado deste dia, pela forma como permitiu perceber que “Portugal realmente está com este projeto”, está com o povo timorense e com os portugueses que fazem daquele território a sua missão.
“A única palavra que lhe disse foi a palavra gratidão. Sentimos o carinho muito grande de Portugal”, referiu a religiosa, que destacou a forma simples e próxima como Marcelo Rebelo de Sousa esteve com todas as pessoas, utentes e funcionários.
“Significa bastante ter alguém superior que está connosco e que caminha connosco, colabora connosco. A maior recordação para mim foi que o presidente não faz aceção de pessoas, cumprimentou o pequeno e o grande, o pobre, o velhinho e a criança. Foram momentos muito enriquecedores para nós”, apontou.
A Obra das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição em Neves, na Ilha de São Tomé, integra atualmente o Lar de São Francisco e Santa Catarina, um espaço para 250 idosos com internato, apoio domiciliário e que contempla também a distribuição de cabazes mensais de alimentos.
Engloba também a Escola Mãe Clara, com 720 alunos, o jardim-de-infância ‘Pimpolho’ com 512 crianças e uma creche para 42 meninas e meninos mais pequenos.
O serviço de ATL, de atividades ligadas ao preenchimento dos tempos livres, funciona neste momento com mais de 1200 crianças e jovens.
A irmã Lúcia Cândido chegou a São Tomé e Príncipe há 18 anos para dar aulas mas depois de constatar o abandono a que estavam entregues muitas crianças e idosos da região, decidiu lançar mãos à obra e criar projetos que pudessem ir ao encontro das necessidades das populações.
O seu empenho levou a que fosse condecorada em 2015 pelo então presidente Aníbal Cavaco Silva, com a Ordem de Mérito, no âmbito do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
“Não conseguia nada sem a mão de Deus”, frisou a irmã Lúcia, que agradece também o apoio que os governos de São Tomé e Príncipe e de Portugal, que várias instituições nacionais têm prestado a esta Obra, que conta ainda com várias outras valências, como uma biblioteca e uma sala de informática para a formação de jovens.
E dois projetos que funcionam como polo de criação de emprego, um atelier de costura e uma carpintaria.
“A carpintaria tem 28 jovens a trabalhar, que já recebem o seu salário, e que também já é sustentável. Vendemos produtos para todo o país, para as escolas, jardins de infância. No atelier de costura temos 16 jovens a trabalhar”, adianta a irmã Lúcia.
A congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição tem oito religiosas a trabalhar em São Tomé e Príncipe, quatro delas na cidade de Neves.
Olhando para a sua missão, para a sua permanência na região, a irmã Lúcia prefere entregar o futuro à “providência divina”, consciente de que o “caminho” e os desafios ainda são muitos.
“Eu confio que amanhã Deus dirá o que eu poderei fazer. Um passo de cada vez”, sustentou aquela responsável.
Durante a permanência na Obra das Irmãs Franciscanas em Neves, o presidente da República foi árbitro de um jogo de futebol entre crianças da escola da Escola de São Francisco e Santa Catarina.
Marcelo Rebelo de Sousa teve ocasião ainda de assistir a um espetáculo de dança promovido por um grupo de alunos.
JCP