O Bispo de Porto, D. Armindo Lopes Coelho, considera que a família, e particularmente o modelo que é defendido pela Igreja, “é hoje motivo de conversas, críticas, reparos e censuras, previsões e apreensões”, porque muita da legislação existente não é aplicada.
E adianta: “temos uma sociedade de famílias com direitos reconhecidos quanto à educação dos filhos, mas com concretização sempre problemática e vacilante entre a doutrina que se defende e a prática que se constata”.
Na celebração do Dia Diocesano da Família, realizada em Penafiel, dia 15 de Junho o prelado do Porto salientou também que o nosso país tem “óptimas doutrinas e leis que protegem as crianças” mas “vemo-nos envergonhados e apontados como país privilegiado para as práticas de pedofilia”.
Na linha das preocupações, apontou também “a doutrinação, à laia de informação, que sem dúvida está a ser facultada às crianças que se querem teoricamente defendidas, protegidas e amadas”. Alarmantes são também, acrescentou, “as vagas escandalosas de pornografia e prostituição, que atentam contra a família tradicional e contra qualquer outro tipo de família».
Aos casais da diocese do Porto que estão a comemorar 25, 50 e 60 anos de matrimónio, D. Armindo Lopes Coelho fez um pedido: que continuem “a dar testemunho, cada vez mais forte e decidido”, dos valores próprios da família cristã e do casamento pela Igreja.
Ou seja, que sejam “sinais e expressão do amor de Deus”. “Contamos convosco para serdes comunidades crentes e evangelizadoras, na Igreja e para o mundo” —sublinhou o prelado do Porto.
Quando se diz que a família está em crise, D. Armindo Lopes Coelho realça que esta afirmação pode ser um “equívoco, superficial, intencional, mas de nenhum modo consensual”.
Ao comentar a forma como a comunicação social tem noticiado a actuação do Papa João Paulo II, que há poucos dias apelou aos governantes para que tomem medidas contra o «inverno demográfico que se regista sobretudo na Europa», o Bispo do Porto afirmou que “quando a Igreja se bate pela defesa da vida e combate a mentalidade contra a vida, não quer dizer mais do que aquilo que diz, e para a sociedade em geral, independentemente dos modelos de família e de sociedade”.
