Bispo apresenta Quaresma como tempo favorável à aproximação a Deus
Angra do Heroísmo, Açores, 15 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou que a Quaresma é um tempo favorável à aproximação a Deus e que os cristãos têm o dever de ser “embaixadores” dessa mensagem.
“É-nos exigido a nós hoje tocar a trombeta, o ordenar um jejum, convocar a assembleia dos nossos contemporâneos e proclamar a Boa Noticia da presença de Deus que quer manifestar o Seu perdão e abraça-nos com a sua ternura e misericórdia”, declarou D. João Lavrador esta quarta-feira, na Sé de Angra.
Na celebração da imposição das Cinzas, que marcou o início da Quaresma, o prelado alertou para o “secularismo agressivo que despreza Deus”, a “indiferença” a tudo que diga respeito “à transcendência divina”, o domínio do materialismo consumidor da dignidade humana, o relevo dado ao “egoísmo, à autorreferência e ao individualismo”.
“Só numa vida austera, simples, humilde, tão só através do arrependimento que se desprende da contemplação do rosto amoroso de Deus e pelo desejo de mudança de vida, se dá a volta de todo o coração”, desenvolveu.
O bispo de Angra explicou que o novo tempo litúrgico é “favorável à aproximação a Deus” e os cristãos devem ser “embaixadores” convidando a “humanidade à reconciliação com Deus”.
A Quaresma é um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, para o prelado um tempo de “escuta”, de “lágrimas”, e de “jejum”, que prepara para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
Segundo D. João Lavrador, o gesto das cinzas que receberam nas cabeças é de “profundo significado” que faz sentir que na humildade e na simplicidade se pode “alcançar a misericórdia”.
“Liga-nos a toda a humanidade frágil e mortal, mas manifesta também o poder de Deus que ultrapassa o nosso pecado, a nossa miséria e tem para nós desígnios de amor e de vida”, referiu, pedindo aos diocesanos que abandonem uma vida individualista, marcada pela exterioridade e pelo fingimento.
Neste contexto, divulga o sítio informativo ‘Igreja Açores’, o bispo de Angra propôs a “escuta da Palavra de Deus”, a celebração dos sacramentos, nomeadamente, da reconciliação, “da oração mais frequente, da partilha generosa” e a contemplação dos sinais que fazem progredir na vivência quaresmal.
Na Sé de Angra, o bispo diocesano pediu aos diocesanos que sejam generosos na oferta da sua renúncia quaresmal que este ano é para ajudar as vitimas dos incêndios de 2017 nas Dioceses de Portalegre–Castelo Branco e de Viseu.
No dia 15 de outubro, 45 pessoas morreram devido às chamas, outras 70 ficaram feridas, numas 24 horas em que se registaram cerca de 400 de focos de incêndio, 33 dos quais de grandes dimensões.
‘Convertei-vos e acreditai no Evangelho’ é o tema da mensagem de D. João Lavrador para esta Quaresma, onde indicou um “itinerário de conversão” nas comunidades católicas e na sociedade.
CB