Cerca de 160 rabinos e cantores judeus provenientes de Israel, EUA e Europa foram hoje ao Vaticano agradecer a João Paulo II o seu esforço na melhoria das relações entre católicos e judeus. O encontro foi solicitado para celebrar o 40º aniversário da declaração do Concílio Vaticano II Nostra Aetate (28 de outubro de 1964), sobre a Igreja e as religiões não-cristãs. Na sua audiência aos membros da “Pave the Way Foundation”, de Nova Iorque, o Papa considerou que é necessário “renovar o compromisso de cooperação e compreensão” entre judeus e católicos, assinalando que a “Nostra Aetate” foi “um contributo significativo para o fortalecimento do diálogo”. Gary Krupp, presidente e fundador da “Pave the Way Foundation”, sublinhou que “o Papa “tem uma longa história de apoio o povo judeu, sobretudo na hora de denunciar o anti-semitismo e a discriminação de qualquer grupo étnico”. João Paulo II foi o primeiro Papa a visitar a Sinagoga de Roma, em 13 de Abril de 1986; além de ter estabelecido relações diplomáticas com Israel e pedido perdão pelos actos de anti-semitismo cometidos pelos católicos na História. Da delegação faziam parte também doze cantores que, esta segunda-feira, ofereceram um concerto na Sinagoga de Roma, com a participação de representantes da Santa Sé. A declaração “Nostra Aetate” considera que “sendo tão grande o património espiritual comum aos cristãos e aos judeus”, é necessário “fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos”. “A Igreja, que reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens, lembrada do seu comum património com os judeus, e levada não por razões políticas mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de anti-semitismo, seja qual for o tempo em que isso sucedeu e seja quem for a pessoa que isso promoveu contra os judeus”, refere ainda o documento do Concílio, no seu número 4.
