Património: Museu da Misericórdia do Porto tem em exposição «Cruz – Relicário do Santo Lenho»

Porto, 20 abr 2017 (Ecclesia) – O Museu e Igreja da Misericórdia do Porto (MIPO) promoveu uma conversa intitulada ‘Cruz – Relicário do Santo Lenho: materialidade e espiritualidade’ no âmbito da exposição da peça do século XVI que pode ser vista até 31 de maio.

À Agência ECCLESIA, a diretora do MIPO explicou que a exposição da ‘Cruz – Relicário do Santo Lenho’ é “uma boa peça” para ser apresentada no Porto na época da Páscoa.

Neste contexto, Paula Aleixo assinalou que a conversa dinamizada por Pedro Miguel Ferrão, esta quarta-feira, no coro alto da igreja, era sobre as dimensões da materialidade, “mais associada ao valor cultural da peça”, e uma “abordagem mais na perspetiva cultual”.

A peça é do Museu Nacional Machado de Castro e a sua mostra no Porto, até 31 de maio, resulta de uma parceria entre as duas instituições.

O técnico superior responsável pela coleção de ourivesaria do museu de Coimbra destaca que no conjunto de relíquias que o cristianismo venera, “a mais reverenciada é, sem sombra de dúvida, a do Santo Lenho, pequenos fragmentos de madeira retirados da cruz em que Cristo foi crucificado”.

A “cruz latina”, do século XVI, conta com a “escultura do vulto de Cristo crucificado” e contém um relicário na interseção da haste com os braços e Pedro Miguel Ferrão explica que este culto acontece após a descoberta da Santa Cruz, nos finais do século III, em Jerusalém, no Monte Calvário, por Santa Helena, mulher do imperador Valério Constâncio e mãe do futuro imperador Constantino.

“No interior do mostruário, encontra-se a relíquia do Santo Lenho, inserida num pequeno nicho, com vão em arco conopial esmaltado a azul. O nicho é ladeado por finos pináculos e rematado por uma cruz”, clarifica o técnico superior do Museu Nacional Machado de Castro.

A diretora do MIPO explica que durante alguns períodos de tempo apresentam “exposições temporárias de peças únicas” que são escolhidas com a instituição de Coimbra “procurando sempre cruzar o valor cultural da peça com a época em causa”.

Paula Aleixo conta ainda que o museu é recente, comemora dois anos em julho próximo, e tem acervos, sobretudo, “na área da pintura, no domínio da ourivesaria” e peças que têm origem na liturgia, como “alfaias que estavam em uso até recentemente”.

“A Misericórdia do Porto é uma instituição com 500 anos e ao longo desse tempo período de tempo tem coleções especiais muito marcantes” onde se consegue compreender a missão da instituição “desde a sua origem”.

A visita à igreja, acrescenta a responsável, faz parte do circuito do museu, e é um contributo na interpretação de um espaço que “é ocupado pela mesma instituição desde o século XVI” até à atualidade.

CB

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