Depois de 16 meses de sessões de trabalho, o plenário da Convenção Europeia aprovou na passada sexta-feira, 13 de Junho, por consenso –não por unanimidade– o projecto final da Constituição Europeia. Manteve-se o segundo parágrafo do «Preâmbulo» que inspira a Constituição nas «heranças culturais, religiosas e humanistas da Europa, que, ainda e sempre presentes no seu património, enraizaram na vida da sociedade a sua percepção do papel central da pessoa humana e dos seus direitos invioláveis e inalienáveis, bem como do respeito pelo direito». Trata-se de uma solução de compromisso, pois para não citar o cristianismo, os membros da Convenção decidiram eliminar do primeiro projecto a referência às civilizações grega e romana, assim como o Iluminismo, como inspiradores dos valores europeus. Monsenhor Aldo Giordano, secretário geral do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE), considera positiva a referência à «religião», mas tornou pública a sua decepção pela ausência de «uma referência clara às raízes judaico-cristãs», configuradoras do continente. Os chefes de Estado ou de Governo da União Europeia pronunciam-se sobre este texto na próxima Quinta-feira, 19 de Junho, durante o Conselho Europeu de Tessalónica (Grécia). O presidente da Convenção europeia, Valery Giscard D’Estaing, ao apresentar oficialmente a proposta de Constituição para a União Europeia reconheceu que o resultado «não é perfeito», mas ressaltou que criará uma «Europa soberana no mundo». A Constituição está prevista para entrar em vigor no ano de 2009.
