A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) condenou na passada sexta-feira o famoso “Plan Ibarretxe”, que considera “imoral” e “semente de confrontos”. O plano Ibarretxe visa ampliar as competências do País Basco, nomeadamente nos sectores social, fiscal e da Justiça, criando a nacionalidade basca. O documento foi aprovado a 30 de Dezembro pelo parlamento regional, mas deverá ser enviado ao Congresso dos Deputados (câmara baixa do Parlamento espanhol), que o examinará em meados de Fevereiro. Em comunicado oficial, a CEE recorda o que já tinha afirmado na sua “Instrução Pastoral Valorização moral do terrorismo na Espanha”, destacando que “as nações, enquanto culturais do desenvolvimento das pessoas, estão dotadas de uma soberania espiritual própria”. “A Doutrina Social da Igreja reconhece um direito real e originário de autodeterminação política no caso de uma colonização ou de uma invasão injusta, mas não no de um separatismo”, assinalam os Bispos. A CEE considera, de forma clara, que “não é moral qualquer modo de defender a independência de qualquer grupo e a criação de um novo Estado”. “O Estado é uma realidade primariamente política, mas pode coincidir com uma só nação ou albergar no seu seio várias nações ou entidades nacionais. A configuração própria de cada Estado é normalmente fruto de longos e complexos processos históricos, os quais não podem ser ignorados nem muito menos distorcidos ou falsificados ao serviço de interesses particulares”, alerta a CEE: Nesse sentido, os Bispos consideram que não seria prudente nem moralmente aceitável “pôr em perigo a convivência dos espanhóis, negando unilateralmente a soberania da Espanha” no País Basco.
